segunda-feira, 30 de abril de 2007

Actualmente há quatro coisas que me chateiam solenemente. Ás vezes como compreendo aquele malucos que se põem a gatilhar indiscriminadamente dando origem aos mui televisivos massacres nos EUA.
Ok, quatro coisas, a saber:


1 – Pessoas que dizem ‘bem haja” ou pior, “bem hajam”.
2 – Os passinhos que as velhas dão naquele momento imediatamente antes de porem o pé numa escada rolante.
3 – Pessoas que à sexta feira desejam nos seus blogs bom fim de semana aos outros.
4 – Em vez de ser a boa da sobrinha empregada, dar de caras com a tia-velha, a dona do quiosque onde compro o “24 horas”.

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Dizem os livros de auto-ajuda que deveremos sorrir para os outros e os outros retribuirão o nosso sorriso. Comportamento gera comportamento. Sorri para o mundo e o mundo sorrirá para ti. Tretas!! Quantas e quantas vezes já não ensaiei sorrisos diversos para gajas, esperando obter de retorno um qualquer feedback, um qualquer esgar, por mais ligeiro que seja, que possa denotar qualquer receptividade, o começo de uma interesseira amizade ?... Nada. As gajas simplesmente continuam de trombas só que a olhar para outro lado. De facto só ainda ensaiei sorrisos para gajas com trombas, sempre boas, mas de trombas. Parece-me a mim que serão mais receptivas, estarão fragilizadas, cheias de pensamentos negativos, e o meu sorriso, esta coisa que faço com os lábios, este arreganhar dos músculos faciais, que tanto me custa, lhes trará um raio de luz nas suas cinzentas existências. Mas nada. Como se o sexto sentido das gajas, naquele trombudo estado, estivesse mais apurado que nunca.

terça-feira, 24 de abril de 2007

À minha frente uma gaja mestiça limpa o nariz com o dedo enfiado num lenço. Pausa para verificar o que veio no lenço e nova insistência. Verificação, insistência. É assim durante alguns minutos até que guarda o lenço e saca de um corta unhas. Volta a entreter-se. Ao meu lado um animal, meia idade, cada vez que abre a boca, mais ou menos de estação em estação, faz de corneta, estilo bozina de camião TIR. Na diagonal a acompanhante, uma velha, tipo freira de férias. Adoro estas pessoas que se comportam como se estivessem em casa. Levanto-me. Á minha frente um gajo com um monte de verrugas castanhas encavalitadas na parte de lado do pescoço. Felizmente que tem a cabeça rapada senão nunca poderíamos presenciar aquele espectáculo. No principio do século XX havia quem pagasse para ver algo menos freak. Enojo-me. Viro a cabeça, mas aquela imagem não me sai. Preciso urgentemente de ver uma peidola.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Avisto uma peidola dentro de umas calças de bombazine castanhas e fico-me por ali, na plataforma. Corre tudo bem, ou seja, a porta do metro pára mesmo em frente, está garantido que entraremos pela mesma porta. Posiciono-me discretamente a cerca de um metro. À minha frente, uma velha faz de fronteira. Durante a entrada, confirma-se, que bela peidola. Mas o azar bate à porta. Ela não fica na zona de entrada, onde a malta está em pé. Encaminha-se para a zona dos lugares sentados e, por incrível que pareça, um gajo engravatado cede-lhe um desses lugar. A velha que estorvava à minha frente faz um movimento brusco e toca-me na zona pélvica. Que nojo!