sexta-feira, 27 de julho de 2007

Fico feliz quando constato que o avanço tecnológico não se verifica só nas consolas de jogos e nos telemóveis, mas nas mais pequenas e discretas coisas que contribuem para o bem estar social e psicológico do individuo.
Aqui há dias estava na fila para sair do parque de estacionamento das Amoreiras e à minha frente seguiam dois brutos carrões. Há muito tempo que não utilizava esta expressão, ‘brutos carrões’. Acho que desde a escola primária. À minha frente seguiam portanto um bruto Mercedes descapotável e mais à frente ainda um bruto BMW normal. O BMW introduziu na ranhura o cartão do estacionamento e a cancela abriu. Combinado que estava com o Mercedes pilotado por uma gaja que de trás parecia-me mesmo boa, começou a abrir por ali a fora que até fez uma chiadeira com os pneus, com a gaja do Mercedes a acompanhá-lo, coladinha para não pagar o bilhete do parque. O problema é que a cancela, mal passou o BM, baixou imediatamente, batendo contra o capot do Mercedes com toda a força possível que uma cancela pode bater. Baixou, bateu e subiu logo, mas houve estrondo e consequente moça suficiente para atrair as atenções. A minha atenção não foi preciso atrair porque já me encontrava em transe a registar todas as ondulações do cabelo loiro da gaja do Mercedes. Mas um segurança preto veio a correr e a gritar “hei, hei!”
E onde entra a tecnologia nesta história real e verídica como são todas as que este fantasma aqui relata ? Já é a segunda vez que ele presencia uma cena destas no mesmo parque de estacionamento. Da primeira vez, curiosamente, a cancela abateu-se também sobre um BMW. Só que assim como caiu com toda a força no capot, ali ficou, caída como que a dizer “ninguém vai a lado nenhum!”. O tipo do BM, com o capot amachucado e a cancela em baixo, não podia pirar-se. Teve de sujeitar-se à humilhação de ser apanhado, algo muito degradante e cruel, um espectáculo desumano e traumatizante, só comparável às sevicias praticadas durante a idade média e no tempo da inquisição. Sei que na altura podia ter ficado ali parado atrás do tipo e presenciar aquele espectáculo grotesco, os seguranças a acercarem-se do individuo, o individuo a forçar ao máximo a massa encefálica para inventar uma desculpa qualquer… Mas não, virei a cara, ultrapassei e passei para a outra cancela e em passant ainda disse “porcaria das cancelas estão sempre a avariar!”, num gesto de solidariedade que digo-vos, até a mim me surpreendeu.
Graças à evolução tecnológica verificada nas cancelas do parque de estacionamento do meu preferido Centro Comercial das Amoreiras, estão agora estas dotadas de um qualquer sensor que, sentindo a bela chapa amolgada de um bruto carrão, sobe imediatamente, permitindo assim ao utente do parque não ser confrontado com a humilhação de ser apanhado a querer escapar-se sem pagar os dois ou três euros ou lá que raio é, que eu não sei porque só entro lá quando já se pode entrar à borla, ao final do dia. Assim, aquela loira a quem lhe foi concedido o direito, e muito bem, de se pisgar, protegida que está pelo anonimato, poderá voltar novamente e efectuar compras, almoçar, ver o seu cinema, enfim, passear-se nos pisos de cima no dia seguinte, como se nada fosse, para deleite dos circundantes transeuntes, sem que tenha seguranças a apontá-la ou lojistas a cochichar pelos cantos quando ela passa. Uma sociedade civilizada passa por estes pormenores aos quais à tecnologia muito temos a agradecer.

quinta-feira, 19 de julho de 2007


Resultados da primeira grande sondagem TSI: Davas boleia a esta gaja ?

Resultados (18 votantes):
Dava caralh*!! 4 (22%)
F*da-se então não ?! 5 (27%)
Trago melhor no carro! 6 (33%)
É a Madonna não é ? 3 (16%)
A gaja é mesmo a Madonna!
Esta sondagem decorreu nos meses de Junho e Julho de 2008.-

terça-feira, 10 de julho de 2007

Os dias nem sempre se repetem iguais e monótonos. Hoje aconteceu-me algo inesperado e completamete inédito: andei numa carruagem onde nunca tinha andado. Segue a lista de evidências:
- Os bancos eram numa espécie de veludo castanho.
- O aviso sonoro do fechar das portas era mais estridente e apresentava uma cadência diferente.
- As molas dos suportes do tecto onde as pessoas se seguram, não faziam o crack-crack do costume, antes, uma chiadeira que resultava numa interessante sinfonia.
Depois, à saída, esbarrei numa gaja que parecia mesmo a Victória Beckham.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Sou o único homem dos quatro passageiros que seguem na 1ª classe rumo a Tóquio. No banco à minha frente vai sentada a Shakira, no banco ao lado a Gwen Stefani, e atrás a Cristina Aguillera. A certa altura, 20 mil pés talvez, o comandante avisa os passageiros que o avião ficou sem combustível pelo que se irá despenhar dentro de exactamente dez minutos mais coisa menos coisa. Aconselha a que todos desapertem os seus cintos das calças e aproveitem bem o que resta do catering e dos últimos minutos de vida. Nisto, duas hospedeiras, uma loira, uma oriental e outra que aparece de repente, começam de imediato a beijar-se na boca e a despirem-se mutuamente. À minha volta as cantoras estão em pânico e suplicam-me, uma vez que todos vamos morrer, para me fazerem um bóbó. Digo-lhes que por mim tudo bem, óh pá, venham as três! Mas elas dizem que não, que só poderei escolher uma. Digo-lhes que far-me-à então o tão desejado fellatio aquela que o fizer abnegadamente até ao fim… Todas dizem que sim, que o fazem até ao fim, juram enquanto se benzem, embora eu duvide que elas saibam o significado mágico das palavras ‘até ao fim’. Fico cheio de duvidas sobre qual delas escolher e imploro-lhes para que me façam a mamada as três ao mesmo tempo e se deixem mas é de merdas. Elas recusam, exigem que eu escolha apenas uma e perante a minha indecisão começam a comer-se umas às outras, juntando-se logo as hospedeiras à festa. A cena é bastante excitante, até que me decido… tarde de mais!
Moral da história: Os últimos dez minutos antes de morrermos podem muito bem ser os melhores da nossa vida.