sexta-feira, 27 de março de 2009

Macrobiótica

Advertência prévia: neste texto vou utilizar a palavra cagalhão. Uma palavra em desuso e que penso é importante resgatar do esquecimento a que muitos a querem remeter. Existem no Google 10.900.000 referências a merda, 5.550.000 a bosta, 4.380.000 a có-có, 688.000 a fezes, enquanto o cagalhão só tem 48.000. Deixo aqui o meu contributo e aproveito também para prestar homenagem aos seguintes blogs que tão orgulhosamente utilizam no seu nome esta palavra tão fácil de rimar com tudo e mais alguma coisa:
- Trinca peido cagalhão mastiga
- A teoria do cagalhão gigante
- Cagalhão intelectual
- O cagalhão

É hora do almoço, estou a comer uma sandocha de atum com maionese e a pensar em nomes assim bons para um site pornográfico. Acaba de me vir à ideia o nome "Made in tUSA" quando uma coleguinha vem dar-me uma brochura sobre um curso que está a tirar nas horas vagas. E com ela vem o esclarecimento duma dúvida que há muito me assalta o espírito: qual é afinal a diferença entre a comida vegetariana e a comida macrobiótica ? A vegetariana confina-se exclusivamente aos ingredientes cuja origem o próprio nome deixa adivinhar, enquanto que a macrobiótica, embora em quantidades mínimas, tolera a carne, preferindo sempre  produtos biológicos. Está ainda intimamente relacionada com factores emocionais e espirituais do individuo, tendo uma efectiva influência sobre a sua qualidade de vida a vários níveis. Explica-me a coleguinha que este tipo de alimentação ajuda ao nosso equilibrio emocional, provocando ainda alterações visiveis nos nossos hábitos higiénicos e fisiológicos. Poderemos deixar de usar desodorizante porque simplesmente deixaremos de exalar mau cheiro pelo suor. O pivete é no fundo sintomático da prática duma má alimentação onde abundam muitos residuos tóxicos. Também no cagar, este passará a processar-se diária e religiosamente sempre á mesma hora, cedinho pela manhã, tendo o cagalhão invariavelmente uma consistência nem muito dura, nem muito mole, um cagalhão perfeito, macrobiótico portanto, asseado, daqueles que eventualmente nem exigirão o recurso ao papel higiénico, como por vezes, embora raramente, acontece.
Não sinto qualquer atracção por esta coleguinha e no seu fundamentalismo gastronómico. Embora reconheça que ela tem potencial para aparecer naquele tipo de programas da TV do "antes" e o "depois". Não duvido que após uma curta estadia num Spa, com direito a um tratamento de beleza, penteado novo, bem maquilhada, se transforme numa linda cinderela anorética.