sexta-feira, 4 de outubro de 2019
terça-feira, 12 de dezembro de 2017
terça-feira, 3 de julho de 2012
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Foda, queca, sexo
É uma daquelas histórias com potencial para dar filme porno mas produzido por uma igreja evangélica.
Conta-me a tipa, em jeito de aviso à navegação, que o ex-namorado só a beijou na boca mais de dois anos após se conhecerem. E depois desse momento, passaram ainda mais seis meses até que finalmente deram uma queca. Ou “fizemos amor”, como faz ela questão de sublinhar.
Perante a minha admiração, justifica-se com um rol de ideais em que acredita piamente. Sexo só com amor, que não dá o seu corpo a qualquer um, que gosta muito dela, que sempre foi educada assim, que gosta muito de ser como é and so on and so on… Para quem, como eu, espera comê-la esta noite, pode-se calcular o balde de água fria que é. Uma coisa é um gajo ouvir estas coisas quando são só conversa e só tem de afinar um bocadinho melhor a canção do bandido para que elas tenham um ataque de amnésia. Uma coisa é também uma gaja insinuar que nunca faria sexo na primeira noite. Outra é dizer-nos isso na cara, como se, e aí gabo-lhe um qualquer dom que ela tem, fosse capaz de ler e responder aos meus pensamentos. Outra coisa é ainda uma gaja assim, absolutamente convicta e determinada a impedir que, seja quem for, até eu, possa dar-lhe uma queca sem que pelo menos decorra um período equivalente a três ou quatro gravidezes. Ora a palavra de ordem nestes casos é “abortar”. E o aborto nem sequer foi provocado. Foi espontâneo quando ela, comigo curioso a insistir, prosseguiu com a história daquela primeira vez que "fez amor" com aquele ultimo namorado.
A cena passa-se, portanto, passados dois anos desde que se conheceram e mais seis meses desde que se beijaram pela primeira vez. Estão os dois no carro, de noite. O tipo está cheio de tesão e agarra-se à gaja começando a apalpá-la toda. Ela vai mantendo as distancias de segurança, ao que ele se interroga “Como é que consegues resistir ? Eu todas as noites penso em "fazer amor" contigo” (aqui eu interrompi com pena do rapaz, aludindo às centenas de vezes que o tipo esgalhou o bicho à conta da namorada. Já ela afiançou-me que, não é nada dessas coisas(!)…). Ela diz que lhe respondeu que também gostava de "fazer amor" com ele, mas que dentro do carro nunca seria o lugar próprio. Pelo que há já algumas semanas esperava que ele tomasse a iniciativa de a levar para um hotel onde pudessem "fazer amor". Explicou-lhe, a ele, que era uma senhora e que de acordo com os seus princípios, nunca seria ela a tomar tal iniciativa...
Não sei se repararam mas o "fazer amor" aqui nesta história está sempre entre aspas. Na verdade há muito tempo que não ouvia esta expressão, "fazer amor", com a qual discordo total e simplesmente porque considero que o amor não "se faz". Nem se pratica. O que se faz é sexo, ou pratica-se sexo. Quanto ao amor, ama-se. Desculpem mas eu faço uma distinção total entre ambas as coisas. Acho que não podem ser praticadas ao mesmo tempo. Embora seja muito natural e saudável que duas pessoas que se amem, parem de se amar um bocadinho e façam sexo. Mas também é muito saudável e natural que façam sexo duas (ou mais) pessoas que não se amem. Ok, isto dava pano para mangas.
Voltemos à história, na altura em que, o gajo, o namorado, depois de ouvir ela dizer que esperava a sua iniciativa, fez-se-lhe luz e não perdeu mais tempo. Prego a fundo e, mesmo assim, diz-me ela que nunca mais chegavam ao hotel. E que hotel teria sido... Um hotel de charme, um sítio romântico decerto digno da celebração carnal e união espiritual, um hotel de acordo com o momento tão bonito de "fazer amor" que se adivinhava… Eis a descrição: “Era um hotel em que parámos o carro e a entrada para o parque de estacionamento era como se fosse uma portagem. Estava uma rapariga dentro duma cabine que nos indicou qual o quarto. Não foi preciso sairmos do carro, fomos directos para o estacionamento e depois foi só subir para o quarto.” Ora, só conheço um tipo de “hotel” onde a recepcionista está dentro duma cabine à entrada do estacionamento. É mais propriamente um motel e é um lugar onde habitualmente se levam gajas só para “foder” ou "dar uma foda". Repare-se que aqui "fazer uma foda" tem ainda mais lógica que "fazer amor". Já "dar amor" não tem nada a ver com "dar uma foda" ou "dar uma queca" que é no fundo "fazer sexo" também num hotel mas no corredor. Reparem que "foder" também está entre aspas porque é minha convicção que "foder" e "fazer sexo" não é bem bem a mesma coisa. Acho que fazemos sexo com quem amamos, ou pelo menos gostamos. Já "foder", podemos fazê-lo com quem não gostamos ou então simplesmente porque "que se fôda".
No meu imaginário os motéis são sítios de foda. Mas só no meu imaginário e na realidade de muita gente que infelizmente não é a minha. Já os hotéis são para "fazer sexo" embora muita da melhor pornografia que circula na internet tenha sido filmada em quartos de hotel onde se fodeu como se se estivesse num motel.
Voltando à história da gaja que não comi nem muito provavelmente vou comer, para confirmar as minhas suspeitas, inquiri-lhe sobre como era a decoração do quarto do suposto "hotel". A cama redonda, os espelhos no tecto, o varão no centro do quarto e alguma mobília esquisita confirmaram que o gajo a tinha levado para um sítio de foda, um motel portanto. Ora, esta gaja, esta gaja com que eu saio, eu, conta-me toda esta história com um misto de orgulho e indisfarçável dose de masoquismo porque sabe muito bem que não quero outra coisa que seja dar-lhe uma "foda" ou, pelo menos, uma "queca". Resta saber como a história acaba. Digo-lhe que tenho de ir à casa de banho cagar e vou-me embora deixando-a sozinha a comer tremoços porque já vi que daqui não como nada, ou fico para ouvir o resto da história ? É que ainda por cima a esta hora a tipa já perdeu o baton que tinha nos lábios...
Ao que parece, foi efectivamente uma grande foda. Mais uma vez ela faz a apologia da espera. Diz que valeu a pena. O tipo ter-lhe-à dito que se fosse preciso voltava a esperar mais dois anos e meio...
Eu esperei dois dias...não sei se consigo esperar mais meio dia!
Perante a minha admiração, justifica-se com um rol de ideais em que acredita piamente. Sexo só com amor, que não dá o seu corpo a qualquer um, que gosta muito dela, que sempre foi educada assim, que gosta muito de ser como é and so on and so on… Para quem, como eu, espera comê-la esta noite, pode-se calcular o balde de água fria que é. Uma coisa é um gajo ouvir estas coisas quando são só conversa e só tem de afinar um bocadinho melhor a canção do bandido para que elas tenham um ataque de amnésia. Uma coisa é também uma gaja insinuar que nunca faria sexo na primeira noite. Outra é dizer-nos isso na cara, como se, e aí gabo-lhe um qualquer dom que ela tem, fosse capaz de ler e responder aos meus pensamentos. Outra coisa é ainda uma gaja assim, absolutamente convicta e determinada a impedir que, seja quem for, até eu, possa dar-lhe uma queca sem que pelo menos decorra um período equivalente a três ou quatro gravidezes. Ora a palavra de ordem nestes casos é “abortar”. E o aborto nem sequer foi provocado. Foi espontâneo quando ela, comigo curioso a insistir, prosseguiu com a história daquela primeira vez que "fez amor" com aquele ultimo namorado.
A cena passa-se, portanto, passados dois anos desde que se conheceram e mais seis meses desde que se beijaram pela primeira vez. Estão os dois no carro, de noite. O tipo está cheio de tesão e agarra-se à gaja começando a apalpá-la toda. Ela vai mantendo as distancias de segurança, ao que ele se interroga “Como é que consegues resistir ? Eu todas as noites penso em "fazer amor" contigo” (aqui eu interrompi com pena do rapaz, aludindo às centenas de vezes que o tipo esgalhou o bicho à conta da namorada. Já ela afiançou-me que, não é nada dessas coisas(!)…). Ela diz que lhe respondeu que também gostava de "fazer amor" com ele, mas que dentro do carro nunca seria o lugar próprio. Pelo que há já algumas semanas esperava que ele tomasse a iniciativa de a levar para um hotel onde pudessem "fazer amor". Explicou-lhe, a ele, que era uma senhora e que de acordo com os seus princípios, nunca seria ela a tomar tal iniciativa...
Não sei se repararam mas o "fazer amor" aqui nesta história está sempre entre aspas. Na verdade há muito tempo que não ouvia esta expressão, "fazer amor", com a qual discordo total e simplesmente porque considero que o amor não "se faz". Nem se pratica. O que se faz é sexo, ou pratica-se sexo. Quanto ao amor, ama-se. Desculpem mas eu faço uma distinção total entre ambas as coisas. Acho que não podem ser praticadas ao mesmo tempo. Embora seja muito natural e saudável que duas pessoas que se amem, parem de se amar um bocadinho e façam sexo. Mas também é muito saudável e natural que façam sexo duas (ou mais) pessoas que não se amem. Ok, isto dava pano para mangas.
Voltemos à história, na altura em que, o gajo, o namorado, depois de ouvir ela dizer que esperava a sua iniciativa, fez-se-lhe luz e não perdeu mais tempo. Prego a fundo e, mesmo assim, diz-me ela que nunca mais chegavam ao hotel. E que hotel teria sido... Um hotel de charme, um sítio romântico decerto digno da celebração carnal e união espiritual, um hotel de acordo com o momento tão bonito de "fazer amor" que se adivinhava… Eis a descrição: “Era um hotel em que parámos o carro e a entrada para o parque de estacionamento era como se fosse uma portagem. Estava uma rapariga dentro duma cabine que nos indicou qual o quarto. Não foi preciso sairmos do carro, fomos directos para o estacionamento e depois foi só subir para o quarto.” Ora, só conheço um tipo de “hotel” onde a recepcionista está dentro duma cabine à entrada do estacionamento. É mais propriamente um motel e é um lugar onde habitualmente se levam gajas só para “foder” ou "dar uma foda". Repare-se que aqui "fazer uma foda" tem ainda mais lógica que "fazer amor". Já "dar amor" não tem nada a ver com "dar uma foda" ou "dar uma queca" que é no fundo "fazer sexo" também num hotel mas no corredor. Reparem que "foder" também está entre aspas porque é minha convicção que "foder" e "fazer sexo" não é bem bem a mesma coisa. Acho que fazemos sexo com quem amamos, ou pelo menos gostamos. Já "foder", podemos fazê-lo com quem não gostamos ou então simplesmente porque "que se fôda".
No meu imaginário os motéis são sítios de foda. Mas só no meu imaginário e na realidade de muita gente que infelizmente não é a minha. Já os hotéis são para "fazer sexo" embora muita da melhor pornografia que circula na internet tenha sido filmada em quartos de hotel onde se fodeu como se se estivesse num motel.
Voltando à história da gaja que não comi nem muito provavelmente vou comer, para confirmar as minhas suspeitas, inquiri-lhe sobre como era a decoração do quarto do suposto "hotel". A cama redonda, os espelhos no tecto, o varão no centro do quarto e alguma mobília esquisita confirmaram que o gajo a tinha levado para um sítio de foda, um motel portanto. Ora, esta gaja, esta gaja com que eu saio, eu, conta-me toda esta história com um misto de orgulho e indisfarçável dose de masoquismo porque sabe muito bem que não quero outra coisa que seja dar-lhe uma "foda" ou, pelo menos, uma "queca". Resta saber como a história acaba. Digo-lhe que tenho de ir à casa de banho cagar e vou-me embora deixando-a sozinha a comer tremoços porque já vi que daqui não como nada, ou fico para ouvir o resto da história ? É que ainda por cima a esta hora a tipa já perdeu o baton que tinha nos lábios...
Ao que parece, foi efectivamente uma grande foda. Mais uma vez ela faz a apologia da espera. Diz que valeu a pena. O tipo ter-lhe-à dito que se fosse preciso voltava a esperar mais dois anos e meio...
Eu esperei dois dias...não sei se consigo esperar mais meio dia!
sábado, 12 de novembro de 2011
Tiro
Pela primeira vez tenho uma conversa no facebook onde entrou a palavra "reforma". Deiam-me um tiro quando começar a falar de ventosas.
domingo, 6 de novembro de 2011
sábado, 29 de outubro de 2011
Cinzento
Vou agora escrever uma coisa que se fosse no Facebook seria considerada uma estupidez sem comentário, um exibicionismo barato e uma vaidosice parva. Assim, aqui, é só uma estupidez sem comentário: o meu carro, sob o cinzento do céu de Outono, fica ainda mais bonito. Fica o carro mais bonito do mundo.
A ligação que um gajo tem com o seu carro é uma coisa que as gajas nunca irão entender.
A ligação que um gajo tem com o seu carro é uma coisa que as gajas nunca irão entender.
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
Então hoje vamos dormir aqui ?
Mas aqui onde...no Sheraton ? Não, no trabalho. E quem profere tão sugestiva ideia...ao menos uma gaja boa ? Não, a colega que sofre de espandilose.
A tipa ao menos estava com meias de ligas pretas vestidas ? Não, usa sempre calças.
Mas a que propósito veio tão enigmática sugestão...acaso vinha imbuída de uma complexa mensagem subliminar ou acompanhada de um qualquer tique lânguido que pudesse evidenciar um qualquer desejo indomável de cometer um acto que configurasse um momento singular e que decerto ficaria marcado de forma indelével na memória de quem o praticou ? Não, a tipa disse-o só para não estar calada quando se cruzou comigo no corredor que dá acesso aos WC's.
São coisas assim que geralmente acontecem quando fico a trabalhar até ás tantas.
São coisas assim que geralmente acontecem quando fico a trabalhar até ás tantas.
terça-feira, 25 de outubro de 2011
A minha casa vazia
Pela primeira tenho um carro com comando das portas à distância. O fascínio é tanto que hoje de manhã, quando saí para a rua, devo ter carregado instintivamente no botão do comando para fechar a porta de casa. Quando voltei, ao final do dia, estava aberta. Entrei e verifiquei que estava tudo bem. Continuava vazia.
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
Sempre que vou atrasado para o trabalho Deus Nosso Senhor castiga-me. Hoje no comboio à minha frente ia uma gaja que já conheço de vista de outras viagens do costume, o tipo de gaja de quarentas e tais onde já se notam os sinais das desesperantes tentativas que matinalmente faz antes de sair de casa para se parecer ainda uma gaja nova. Durante toda a viagem foi a tagarelar com outra gaja que ia ao lado, enquanto passava com a mão pelo cabelo e depois observava os dedos a um palmo da cara para verificar se traziam agarrado algum cabelo perdido. E traziam quase sempre. Por breves instantes fitava-os ficando com uma expressão vesga nos olhos, como que observando com detalhe quantos cabelos tinha arrancado, a cor, o número de série, etc. Depois, ensaiava com os dedos uma breve tentativa de fazer com os cabelos uma bola, que no fundo era mais como que um ritual de despedida, e deixava-os cair para o chão, que é como quem diz, para cima dos meus sapatos, porque eram os meus sapatos que estavam no espaço exíguo de chão que nos separava.
A imagem de montes de cabelos da gaja repousados caóticamente sobre os meus pés agoniou-me a viagem toda. Para ajudar à festa, ao meu lado ia um velho que quase ao mesmo ritmo com que a gaja arrancava cabelos do escalpe, escarrava para um lencinho branco que se ia tornando cada vez mais verde e que desdobrava e depois dobrava metódicamente para voltar a guardar e depois voltar a buscar ao bolso.
Quando senti o imenso alívio que foi sair daquele comboio, no caminho a pé para o trabalho, à minha frente ia uma gaja daquelas que ao andar junta os joelhos e caminha com a ponta dos pés à frente virados um para o outro. Deus Nosso Senhor tinha ainda de me fazer lembrar que nunca comi uma gaja assim. E bem que Ele sabe que não gostaria de morrer sem o fazer!
A imagem de montes de cabelos da gaja repousados caóticamente sobre os meus pés agoniou-me a viagem toda. Para ajudar à festa, ao meu lado ia um velho que quase ao mesmo ritmo com que a gaja arrancava cabelos do escalpe, escarrava para um lencinho branco que se ia tornando cada vez mais verde e que desdobrava e depois dobrava metódicamente para voltar a guardar e depois voltar a buscar ao bolso.
Quando senti o imenso alívio que foi sair daquele comboio, no caminho a pé para o trabalho, à minha frente ia uma gaja daquelas que ao andar junta os joelhos e caminha com a ponta dos pés à frente virados um para o outro. Deus Nosso Senhor tinha ainda de me fazer lembrar que nunca comi uma gaja assim. E bem que Ele sabe que não gostaria de morrer sem o fazer!
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
sexta-feira, 3 de junho de 2011
Breve apologia da ignorância
O que é que me atrai mais numa mulher ? A ignorância. A beleza também conta. Mas uma gaja que não seja ignorante, tem de compensar muito em beleza para me dar pica. Por outro lado, uma gaja bonita tem de compensar muito em ignorância para se sentir atraída por mim.
Há umas semanas atrás sai com a minha cabeleireira. Tenho sempre uma ligação estreita com as cabeleireiras. A cadeira do salão tem algo de terapêutico e libertador. Elas têm algo de belo e ignorante. E geralmente a máquina de cortar o cabelo sem bateria. Não fossem as unhas de gel, era o casamento perfeito. É dos sítios do mundo onde me sinto melhor.
Quando íamos no carro, íamos a ter uma conversa qualquer e a dado momento fiz uma qualquer manobra mais arriscada. Do ponto de vista ignorante da cabeleireira, parecia mesmo que naquela curva eu ia atirar-me para cima do carro que vinha no sentido contrário. E então deu assim um gritinho histérico delicioso, daqueles que, explicou-me, só dá quando vê filmes de terror, daqueles gritinhos que, acrescento eu, só alguém muito ignorante pode dar. Depois disse-me que eu queria "armar-me" em Ariston Senna da Silva. Ariston Senna da Silva, vejam bem… Fiquei logo cheio de tuza! Só me apeteceu encostar à berma e comê-la logo ali. Mas não, não havia berma. Agora o meu sonho desta semana é comer a minha cabeleireira contra a minha máquina de lavar roupa italiana.
Há umas semanas atrás sai com a minha cabeleireira. Tenho sempre uma ligação estreita com as cabeleireiras. A cadeira do salão tem algo de terapêutico e libertador. Elas têm algo de belo e ignorante. E geralmente a máquina de cortar o cabelo sem bateria. Não fossem as unhas de gel, era o casamento perfeito. É dos sítios do mundo onde me sinto melhor.
Quando íamos no carro, íamos a ter uma conversa qualquer e a dado momento fiz uma qualquer manobra mais arriscada. Do ponto de vista ignorante da cabeleireira, parecia mesmo que naquela curva eu ia atirar-me para cima do carro que vinha no sentido contrário. E então deu assim um gritinho histérico delicioso, daqueles que, explicou-me, só dá quando vê filmes de terror, daqueles gritinhos que, acrescento eu, só alguém muito ignorante pode dar. Depois disse-me que eu queria "armar-me" em Ariston Senna da Silva. Ariston Senna da Silva, vejam bem… Fiquei logo cheio de tuza! Só me apeteceu encostar à berma e comê-la logo ali. Mas não, não havia berma. Agora o meu sonho desta semana é comer a minha cabeleireira contra a minha máquina de lavar roupa italiana.
sexta-feira, 27 de maio de 2011
Pólos ás riscas
Há coisas que nunca mudam. Há pra aí uns 20 anos atrás, era eu um imberbe estagiário na minha actividade laboral, quis o destino que viesse ter ás minhas mãos um documento de trabalho que trazia agregado, por esquecimento ou lamentável lapso, uma mensagem íntima e pessoal de carácter estritamente particular. Para explicar em linguagem mais moderna, imaginem que recebem um mail que não é dirigido a vocês, um mail onde o remetente se enganou ao clicar no destinatário.
Dependendo do teor da mensagem, podemos ou não alertar o remetente. Epá olha que te enganaste, este mail para o teu banco a dizer que não podes pagar a prestação da casa este mês, veio parar a mim por engano. Envia lá isso para o mail correcto e já agora vê lá se me pagas os 50 euros que te emprestei na semana passada. Um abraço deste teu grande amigo que a partir de agora nunca te vai esquecer.
Mas, depende. Há mensagens que, atento o seu teor, que pode ser deveras constrangedor, um gajo não tem coragem de avisar o remetente acerca do lamentável lapso. Não há ninguém que não escreva uma vez por outra mensagens constrangedoras que revelam as realidades constrangedoras que toda a gente tem. Mas só são mensagens constrangedoras quando estão nas mãos erradas. Mensagens como aquela, de há pra ai uns 20 anos atrás.
No papel manuscrito, uma colega minha dirigia-se ao seu amante! Imagine-se os olhos arregalados de um estagiário desbarbado perante o acesso involuntário a tão confidencial missiva. Dizia-se numa letra de forma inconfundivelmente feminina (a letra das gajas, vá-se lá saber porquê, é sempre, mas sempre mais arredondada que a nossa), que se ansiava pelo próximo encontro, que já não se suportava mais o marido, que se queria voltar a sentir assim prazer como nunca antes se tinha sentido... Não sei quem seria o destinatário da missiva, nunca soube. Não sendo eu, não tinha a mínima curiosidade em saber. Neste aspecto, o da cusquice, acho que é uma das minhas (poucas) virtudes. Mas sabia quem era o insuportável marido, um também colega, um tipo com duas características que já então achava profundamente irritantes: tinha sempre um sorriso estúpido na cara (e então passei a distinguir o sorriso alienado dum cornudo) e usava sempre, e quando digo sempre, digo no Inverno também, pólos ás riscas. Ás riscas, não se confunda com risquinhas. Há uma diferença no efeito cromático que convém esclarecer. Se for ás risquinhas, a certa distância parece ser um polo liso. Tolerável portanto, se o individuo se mantiver a uma distancia de nós superior a 50 metros. Agora, ás riscas, o individuo vem a 500 metros e já sentimos uma institiva repulsa que se entranhará mesmo que ele se mantenha a essa distancia de segurança.
Ou seja, as características do tipo, daquele insuportável marido e intragável colega, segundo o meu ponto de vista, justificariam qualquer traição. Um gajo que se vestia assim, com um sorrido daqueles, não me lixem, só merecia ser encornado! E só lamentava que a traidora se dirigisse ao destinatário amante, no singular. Parece que mais regozijo sentiria, mais justiça se faria, se o destinatário fosse alguém no plural, não apenas um qualquer colega desesperado a tal ponto de ser capaz de comer aquela gaja, mas antes um grupo de dois ou três pretos que dupla e triplamente a penetrariam por todo o lado, dando-lhe o tal prazer como nunca antes sentira, que dupla e triplamente encornariam o das riscas.
Eu mudei, deixei de ser um imberbe funcionário público. Eles não mudaram nada. Trabalham no mesmo sítio onde eu fui estagiário. Passados 20 anos, encontro o casal feliz. Ela com aquelas mesmas pernas pequeninas, sempre sem meias, com os músculos gémeos demasiado salientes, mesmo para quem gosta de gajas com pernas de futebolista. Aquele tipo de gaja cuja estrutura anatómica honestamente reflete com grande rigor uma personalidade desinteressante e não menos insuportável que o marido. Ele com as eternas riscas, acompanhados de alguém mais novo, com pinta de estudante universitário que, presumo, deva ser filho, mas que não usa pólos. Deve sair ao pai.
Dependendo do teor da mensagem, podemos ou não alertar o remetente. Epá olha que te enganaste, este mail para o teu banco a dizer que não podes pagar a prestação da casa este mês, veio parar a mim por engano. Envia lá isso para o mail correcto e já agora vê lá se me pagas os 50 euros que te emprestei na semana passada. Um abraço deste teu grande amigo que a partir de agora nunca te vai esquecer.
Mas, depende. Há mensagens que, atento o seu teor, que pode ser deveras constrangedor, um gajo não tem coragem de avisar o remetente acerca do lamentável lapso. Não há ninguém que não escreva uma vez por outra mensagens constrangedoras que revelam as realidades constrangedoras que toda a gente tem. Mas só são mensagens constrangedoras quando estão nas mãos erradas. Mensagens como aquela, de há pra ai uns 20 anos atrás.
No papel manuscrito, uma colega minha dirigia-se ao seu amante! Imagine-se os olhos arregalados de um estagiário desbarbado perante o acesso involuntário a tão confidencial missiva. Dizia-se numa letra de forma inconfundivelmente feminina (a letra das gajas, vá-se lá saber porquê, é sempre, mas sempre mais arredondada que a nossa), que se ansiava pelo próximo encontro, que já não se suportava mais o marido, que se queria voltar a sentir assim prazer como nunca antes se tinha sentido... Não sei quem seria o destinatário da missiva, nunca soube. Não sendo eu, não tinha a mínima curiosidade em saber. Neste aspecto, o da cusquice, acho que é uma das minhas (poucas) virtudes. Mas sabia quem era o insuportável marido, um também colega, um tipo com duas características que já então achava profundamente irritantes: tinha sempre um sorriso estúpido na cara (e então passei a distinguir o sorriso alienado dum cornudo) e usava sempre, e quando digo sempre, digo no Inverno também, pólos ás riscas. Ás riscas, não se confunda com risquinhas. Há uma diferença no efeito cromático que convém esclarecer. Se for ás risquinhas, a certa distância parece ser um polo liso. Tolerável portanto, se o individuo se mantiver a uma distancia de nós superior a 50 metros. Agora, ás riscas, o individuo vem a 500 metros e já sentimos uma institiva repulsa que se entranhará mesmo que ele se mantenha a essa distancia de segurança.
Ou seja, as características do tipo, daquele insuportável marido e intragável colega, segundo o meu ponto de vista, justificariam qualquer traição. Um gajo que se vestia assim, com um sorrido daqueles, não me lixem, só merecia ser encornado! E só lamentava que a traidora se dirigisse ao destinatário amante, no singular. Parece que mais regozijo sentiria, mais justiça se faria, se o destinatário fosse alguém no plural, não apenas um qualquer colega desesperado a tal ponto de ser capaz de comer aquela gaja, mas antes um grupo de dois ou três pretos que dupla e triplamente a penetrariam por todo o lado, dando-lhe o tal prazer como nunca antes sentira, que dupla e triplamente encornariam o das riscas.
Eu mudei, deixei de ser um imberbe funcionário público. Eles não mudaram nada. Trabalham no mesmo sítio onde eu fui estagiário. Passados 20 anos, encontro o casal feliz. Ela com aquelas mesmas pernas pequeninas, sempre sem meias, com os músculos gémeos demasiado salientes, mesmo para quem gosta de gajas com pernas de futebolista. Aquele tipo de gaja cuja estrutura anatómica honestamente reflete com grande rigor uma personalidade desinteressante e não menos insuportável que o marido. Ele com as eternas riscas, acompanhados de alguém mais novo, com pinta de estudante universitário que, presumo, deva ser filho, mas que não usa pólos. Deve sair ao pai.
domingo, 20 de dezembro de 2009
Caim ou o regresso do fantasma
O que fica do Caim, do Saramago:
- Deus Nosso Senhor (DNS) é um filha-da-puta da pior espécie;
- a cena em que as escravas estão a lavar o pénis ao Cain e este ejacula para as suas bocas e caras;
- a cena em que o Noé está muito bem descansado a dormir e é enrabado pelo próprio filho;
- e, talvez o mais importante, talvez o maior favor que Saramago faz à humanidade e não está a ser nada reconhecido por isso, o facto de conciliar os criacionistas e os evolucionistas, ao apresentar a versão alternativa da bíblia que pacifica definitivamente a questão da origem da humanidade.
Se o livro acaba bem, não começa da mesma forma. Após as primeiras páginas, que eventualmente não terão sido ultrapassadas pelos radicais ortodoxos da nossa praça (só assim se explica a histeria) o livro deixa para trás aquela toada de gozo fácil, passando para um estilo mais formal onde pontua uma ironia mais refinada, mais de acordo com os pergaminhos de um Nobel.
Através de um fenómeno caracterizado pela distorção do espaço e do tempo, o burro que Caim monta leva-o até distintas paragens, fá-lo revisitar alguns dos principais episódios bíblicos, sendo neles protagonista activo ao interagir com as suas personagens e até com o próprio DNS, confrontando-o com a dose de bom senso que falta aos relatos bíblicos, uma espécie de voz da razão tão óbvia para aqueles que fazem uma leitura mais objectiva e pragmática dos textos supostamente sagrados. Não basta estar de fora, apontar as contradições, a violência imbuída dos relatos, a óbvia crueldade deste deus cristão. Saramago decide entrar na própria história, ter uma palavrinha a dizer a toda aquela gente.
O livro acaba bem, como já disse, com o merecido fim da humanidade. Tudo acaba no dilúvio. A arca não salva a humanidade estúpida, criação de DNS. Mas salvam-se os animais, incluído a macacada...de onde, então evoluímos. Ou seja, metade da história do mundo dá razão aos criacionista. Mas a outra metade, a história mais recente, razão aos evolucionistas. Os filhos de DNS, filhos de Adão e Eva tiveram a sua oportunidade perdida. O mundo é agora dos filhos do acaso. DNS é apenas mero espectador dos destinos que o acaso vão proporcionando aos seus agora, quanto muito, enteados. Daí que, salvo pequenas ilusões de óptica ao estilo de Fátima, Ele, a Família, os anjinhos, nunca mais tenham dado sinal de vida, que é como quem diz, de sinal da sua existência. Nunca mais entrou em diálogos directamente com o pessoal cá em baixo, como tão frequentemente fazia aos seus filhos legítimos. Um "Epá eu nisto não me meto!" que no fundo agradecemos. DNS, trata lá da tua vida que da nossa tratamos nós Ok?
- Deus Nosso Senhor (DNS) é um filha-da-puta da pior espécie;
- a cena em que as escravas estão a lavar o pénis ao Cain e este ejacula para as suas bocas e caras;
- a cena em que o Noé está muito bem descansado a dormir e é enrabado pelo próprio filho;
- e, talvez o mais importante, talvez o maior favor que Saramago faz à humanidade e não está a ser nada reconhecido por isso, o facto de conciliar os criacionistas e os evolucionistas, ao apresentar a versão alternativa da bíblia que pacifica definitivamente a questão da origem da humanidade.
Se o livro acaba bem, não começa da mesma forma. Após as primeiras páginas, que eventualmente não terão sido ultrapassadas pelos radicais ortodoxos da nossa praça (só assim se explica a histeria) o livro deixa para trás aquela toada de gozo fácil, passando para um estilo mais formal onde pontua uma ironia mais refinada, mais de acordo com os pergaminhos de um Nobel.
Através de um fenómeno caracterizado pela distorção do espaço e do tempo, o burro que Caim monta leva-o até distintas paragens, fá-lo revisitar alguns dos principais episódios bíblicos, sendo neles protagonista activo ao interagir com as suas personagens e até com o próprio DNS, confrontando-o com a dose de bom senso que falta aos relatos bíblicos, uma espécie de voz da razão tão óbvia para aqueles que fazem uma leitura mais objectiva e pragmática dos textos supostamente sagrados. Não basta estar de fora, apontar as contradições, a violência imbuída dos relatos, a óbvia crueldade deste deus cristão. Saramago decide entrar na própria história, ter uma palavrinha a dizer a toda aquela gente.
O livro acaba bem, como já disse, com o merecido fim da humanidade. Tudo acaba no dilúvio. A arca não salva a humanidade estúpida, criação de DNS. Mas salvam-se os animais, incluído a macacada...de onde, então evoluímos. Ou seja, metade da história do mundo dá razão aos criacionista. Mas a outra metade, a história mais recente, razão aos evolucionistas. Os filhos de DNS, filhos de Adão e Eva tiveram a sua oportunidade perdida. O mundo é agora dos filhos do acaso. DNS é apenas mero espectador dos destinos que o acaso vão proporcionando aos seus agora, quanto muito, enteados. Daí que, salvo pequenas ilusões de óptica ao estilo de Fátima, Ele, a Família, os anjinhos, nunca mais tenham dado sinal de vida, que é como quem diz, de sinal da sua existência. Nunca mais entrou em diálogos directamente com o pessoal cá em baixo, como tão frequentemente fazia aos seus filhos legítimos. Um "Epá eu nisto não me meto!" que no fundo agradecemos. DNS, trata lá da tua vida que da nossa tratamos nós Ok?
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
sábado, 11 de julho de 2009
quarta-feira, 24 de junho de 2009
sábado, 6 de junho de 2009
quarta-feira, 22 de abril de 2009
quinta-feira, 16 de abril de 2009
Bushama
Sempre fui um Obamocéptico. Apesar de ter sido o meu candidato preferido, sempre tive a noção de que Obama era o candidato e agora o presidente-funcionário do establishment. Assim como era McCain. Um ou outro estariam incumbidos pelas grandes corporações irmanamente divididas que os apoiavam, dessa missão principal que seria resgatar a boa imagem dos EUA a nível internacional, claramente manchada pela administração Bush que se limitou a fazer o que havia a fazer embora com muito pouco jeito para o marketing. Essa boa imagem que faz vender o que é americano, um fluxo que é preciso manter e cujos engasgos dos últimos anos Bush teve as consequências duma crise mais interna que global embora sentida por todos.
Ao ter o condão e a cor de tocar no eleitorado intelectual tanto à esquerda como à direita, onde gravitam os opinion-makers, Obama foi o candidato perfeito para criar a ilusão da mudança que no entanto não irá passar de um mero face-lifting. Nunca irá fundo ás raízes dos problemas, nunca irá protagonizar nenhuma das políticas fracturantes que o mundo necessitaria. Presságio disto mesmo foi o discurso da tomada de posse. Repare-se nas palavras mais proferidas nos discursos inaugurais de vários presidentes, e que com uma estranha exactidão acabam afinal por revelar muito sobre as políticas e as prioridades de cada um:
Kennedy 1º Mundo 2º Nação 3º Poder
Carter 1º Nação 2º Força 3º Juntos
Reagan 1º Governo 2º Americanos 3º Acreditar
Clinton 1º Mundo 2º América 3º Americanos
Bush 1º Nação 2º América 3º Cidadão
Obama 1º Nação 2º América 3º Geração
fonte: Revista Sábado
Não tenhamos ilusões porque em primeiro lugar estão os americanos, esse povo de vendedores, as suas corporações vendedoras, a manutenção duma mesma ordem mundial apenas com algumas afinações essenciais, algo que certamente Obama irá efectuar com mais competência e marketing que Bush.
Ao ter o condão e a cor de tocar no eleitorado intelectual tanto à esquerda como à direita, onde gravitam os opinion-makers, Obama foi o candidato perfeito para criar a ilusão da mudança que no entanto não irá passar de um mero face-lifting. Nunca irá fundo ás raízes dos problemas, nunca irá protagonizar nenhuma das políticas fracturantes que o mundo necessitaria. Presságio disto mesmo foi o discurso da tomada de posse. Repare-se nas palavras mais proferidas nos discursos inaugurais de vários presidentes, e que com uma estranha exactidão acabam afinal por revelar muito sobre as políticas e as prioridades de cada um:
Kennedy 1º Mundo 2º Nação 3º Poder
Carter 1º Nação 2º Força 3º Juntos
Reagan 1º Governo 2º Americanos 3º Acreditar
Clinton 1º Mundo 2º América 3º Americanos
Bush 1º Nação 2º América 3º Cidadão
Obama 1º Nação 2º América 3º Geração
fonte: Revista Sábado
Não tenhamos ilusões porque em primeiro lugar estão os americanos, esse povo de vendedores, as suas corporações vendedoras, a manutenção duma mesma ordem mundial apenas com algumas afinações essenciais, algo que certamente Obama irá efectuar com mais competência e marketing que Bush.
segunda-feira, 13 de abril de 2009
Leite verde
Para quem não sabe, o uVme é mais um daqueles projectos megalomanos da internet a querer correr mesmo antes de começar a gatinhar. Dizem que vão ser o maior site social de jogos na internet, que o negócio vai render muito dinheiro para quem entrar, blá, blá, blá, mas se quiseres entrar no uVme pagas! É uma vigarice mais ou menos legal, feita de muitas promessas e poucas certezas, condenada ao fracasso...
Agora vejam lá se adivinham onde foi a D. Manuela Ferreira Leite buscar inspiração para o logotipo do PSD 09...
Agora vejam lá se adivinham onde foi a D. Manuela Ferreira Leite buscar inspiração para o logotipo do PSD 09...
sexta-feira, 27 de março de 2009
Macrobiótica
Advertência prévia: neste texto vou utilizar a palavra cagalhão. Uma palavra em desuso e que penso é importante resgatar do esquecimento a que muitos a querem remeter. Existem no Google 10.900.000 referências a merda, 5.550.000 a bosta, 4.380.000 a có-có, 688.000 a fezes, enquanto o cagalhão só tem 48.000. Deixo aqui o meu contributo e aproveito também para prestar homenagem aos seguintes blogs que tão orgulhosamente utilizam no seu nome esta palavra tão fácil de rimar com tudo e mais alguma coisa:
- Trinca peido cagalhão mastiga
- A teoria do cagalhão gigante
- Cagalhão intelectual
- O cagalhão
É hora do almoço, estou a comer uma sandocha de atum com maionese e a pensar em nomes assim bons para um site pornográfico. Acaba de me vir à ideia o nome "Made in tUSA" quando uma coleguinha vem dar-me uma brochura sobre um curso que está a tirar nas horas vagas. E com ela vem o esclarecimento duma dúvida que há muito me assalta o espírito: qual é afinal a diferença entre a comida vegetariana e a comida macrobiótica ? A vegetariana confina-se exclusivamente aos ingredientes cuja origem o próprio nome deixa adivinhar, enquanto que a macrobiótica, embora em quantidades mínimas, tolera a carne, preferindo sempre produtos biológicos. Está ainda intimamente relacionada com factores emocionais e espirituais do individuo, tendo uma efectiva influência sobre a sua qualidade de vida a vários níveis. Explica-me a coleguinha que este tipo de alimentação ajuda ao nosso equilibrio emocional, provocando ainda alterações visiveis nos nossos hábitos higiénicos e fisiológicos. Poderemos deixar de usar desodorizante porque simplesmente deixaremos de exalar mau cheiro pelo suor. O pivete é no fundo sintomático da prática duma má alimentação onde abundam muitos residuos tóxicos. Também no cagar, este passará a processar-se diária e religiosamente sempre á mesma hora, cedinho pela manhã, tendo o cagalhão invariavelmente uma consistência nem muito dura, nem muito mole, um cagalhão perfeito, macrobiótico portanto, asseado, daqueles que eventualmente nem exigirão o recurso ao papel higiénico, como por vezes, embora raramente, acontece.
Não sinto qualquer atracção por esta coleguinha e no seu fundamentalismo gastronómico. Embora reconheça que ela tem potencial para aparecer naquele tipo de programas da TV do "antes" e o "depois". Não duvido que após uma curta estadia num Spa, com direito a um tratamento de beleza, penteado novo, bem maquilhada, se transforme numa linda cinderela anorética.
- Trinca peido cagalhão mastiga
- A teoria do cagalhão gigante
- Cagalhão intelectual
- O cagalhão
É hora do almoço, estou a comer uma sandocha de atum com maionese e a pensar em nomes assim bons para um site pornográfico. Acaba de me vir à ideia o nome "Made in tUSA" quando uma coleguinha vem dar-me uma brochura sobre um curso que está a tirar nas horas vagas. E com ela vem o esclarecimento duma dúvida que há muito me assalta o espírito: qual é afinal a diferença entre a comida vegetariana e a comida macrobiótica ? A vegetariana confina-se exclusivamente aos ingredientes cuja origem o próprio nome deixa adivinhar, enquanto que a macrobiótica, embora em quantidades mínimas, tolera a carne, preferindo sempre produtos biológicos. Está ainda intimamente relacionada com factores emocionais e espirituais do individuo, tendo uma efectiva influência sobre a sua qualidade de vida a vários níveis. Explica-me a coleguinha que este tipo de alimentação ajuda ao nosso equilibrio emocional, provocando ainda alterações visiveis nos nossos hábitos higiénicos e fisiológicos. Poderemos deixar de usar desodorizante porque simplesmente deixaremos de exalar mau cheiro pelo suor. O pivete é no fundo sintomático da prática duma má alimentação onde abundam muitos residuos tóxicos. Também no cagar, este passará a processar-se diária e religiosamente sempre á mesma hora, cedinho pela manhã, tendo o cagalhão invariavelmente uma consistência nem muito dura, nem muito mole, um cagalhão perfeito, macrobiótico portanto, asseado, daqueles que eventualmente nem exigirão o recurso ao papel higiénico, como por vezes, embora raramente, acontece.
Não sinto qualquer atracção por esta coleguinha e no seu fundamentalismo gastronómico. Embora reconheça que ela tem potencial para aparecer naquele tipo de programas da TV do "antes" e o "depois". Não duvido que após uma curta estadia num Spa, com direito a um tratamento de beleza, penteado novo, bem maquilhada, se transforme numa linda cinderela anorética.
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
Bolo de arroz com fiambre
A mudança de instalações operou em mim uma mudança no relacionamento que tinha com o trabalho. E afirmo-o com a certeza de que não se trata de um fenómeno passageiro, como tantos outros pelos quais se rege a minha fantasmagórica existência. A coisa já dura há umas boas quatro semanas. Do cubículo muito pouco conspícuo onde me encontrava, passei agora para um amplo open space com excelentes condições de trabalho. A começar pela vista. Se ainda não alcancei o sonho de viver numa casa com vista para o mar (podia ser uma daquelas como tem o Tony Starck), passei a trabalhar num moderno edifício com vista para um Tejo decorado pela ponte Vasco da Gama, todos os dias a uma distancia e com uma dimensão diferentes, porque diferentes são as condições de visibilidade e luminosidade da paisagem, quase sempre marcada pela ténue neblina que se forma com a humidade do rio. Voltando ao trabalho, o trabalho que me tem absorvido, os americanos percebem disto. Falo do open space, invenção dos tipos que, não duvido, do ponto de vista da produtividade opera resultados excelentes, pelo menos em pessoas ‘intropervertidas’ como eu. Parecem tão longe os dias em que normalmente me perdia na net a navegar por aqui e por ali, no resguardo do meu cubículo, na companhia dos meus poucos e cúmplices subordinados. Agora tenho-me dedicado muito mais ao labor, a minha capacidade de concentração e enfoque no trabalho está redobrada. Como se o constante passar de colegas, as constantes conversas que cruzam o ar me obrigassem a refugiar precisamente no serviço, único ’local’ onde consigo abrigo. Ou como se o ‘sistema’ finalmente me oferecesse as condições que julgo merecia e me sinto compelido a retribuir dando o meu melhor.
Também a trabalhar mais longe de casa, tenho-me dedicado a descobrir e cumprir novas rotinas e a aperceber-me de quanta falta elas me faziam ou fazem. Habitualmente paro num café muito 'lounge' da avenida. Os primeiros dias foram marcados pela triste constatação de que a atender encontravam-se dois putos com cara de enjoadinhos, ainda assim eficientes. Ao terceiro dia quando um deles se aproximou da mesa, limitei-me a pedir o costume. Alguns minutos mais tarde já tinha o meu pão de deus com fiambre e o galão bastante 'macchiato' como eu gosto em cima da mesa com vista para a SIC notícias. E hoje, a agradável surpresa. Um dos putos já há alguns dias fora substituído por uma miúda de cor. Vou-me escusar a tecer considerações sobre a pretita, simpática por sinal. Eu simplesmente não sinto qualquer atracção por pretas. Mas hoje, uma miúda do tipo pastelinho de nata mas sem canela, como eu gosto, veio atender-me. Eu costumo comer os pasteis de nata com uma colherzinha. Começo sempre por comer primeiro a deliciosa parte cremosa, raspando-a totalmente até só sobrar a deliciosa massa folhada. Cada prazer a seu tempo. Esta miúda, comia-a duma vez só, sem colherzinha, mais do tipo bolo de arroz, aquele bolo que temos de despir antes de o comer. Aqui sim, vou perder-me um pouco, dizendo-vos que momentos mágicos presenciei esta manhã quando a vi, calças de bombazina escura, ténis e uma t-shirt vermelha com a palavra staff nas costas. Como o tempo parava cada vez que ela se dirigia às mesas em redor e sempre se debruçando suavemente para a frente, num gesto de profundo erotismo que só eu captava, quando pegava de forma inexpriente nas chávenas e pratinhos das bicas deixadas pelos clientes, evidenciando as curvas do seu corpo tão perfeitamente desenhado e harmonioso, à medida dos meus olhos. E depois com um pano, limpava energicamente a superfície das mesas, transmitindo ao corpo desenhado à medida dos meus sonhos, uma vibração que chamava pelas minhas mãos. Quando ela me veio perguntar o que eu ia querer, perdi-me por completo nos seus inocentes olhos e pedi um 'bolo de arroz' que apetecia despir, com fiambre e um galão, mas bem 'macchiato'. Ela pareceu estranhar o pedido e perguntou-me se era mesmo o que eu queria. Eu insisti que sim, que o que eu queria era sentir a pressão dos seus lábios contra os meus, sentir o ar quente purificado que os atravessava. Mais tarde veio dizer-me que como não tinha na máquina registado o preço para um ‘bolo de arroz com fiambre’, iria registar 'um pão de deus com fiambre'. Que cabeça a minha, sorri-lhe, é o mesmo isso que eu quero, o seu corpo, mas simples.
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
A bíblia, o Freakonomics ou um livro da Paula Bobone ?
Não começou bem a presidência Obama. Nem pode começar qualquer presidência quando se tem que meter a mão sobre uma biblia e jurar "não sei o quê". Um "não sei o quê" ensinado uns segundos antes por não sei quem, que o Obama às tantas se esqueceu de repetir mecânica e monocórdicamente como lhe competia. Se te chamasses Santana Lopes estavas lixado Obama! Á parte esta ligeira gaffe, foi tudo igual, exceptuando aquele momento, que terá passado despercebido a muitos, em que o casal presidencial desfila de mão dada na avenida quando às tantas a segurança de Obama subitamente o aconselha a voltar ao carro. O presidente larga de imediato a mão da mulher, como se estivesse a arder, e precipita-se para o interior da "besta". A Paula Bobone lá saberá mas não será de bom tom o cavalheiro abrir a porta do carro à mulher ou pelo menos esperar que ela entre primeiro ?
Não podia deixar de reparar também nessa excepção ao banal que foi a loira Jill Biden. A roupinha da Jill deixava mostrar assim o joelhinho e aquela parte mágica da perna, meia duzia de centimetros imediatamente acima. Mas não chegou para destronar Sara Palin que mantém o título de "gaja americana assim entradota parecida com uma dona de casa de anúncio de detergente que marchava que nem ginjas".
Imagem do site Dees Illustration.
domingo, 18 de janeiro de 2009
Porque é que sonho com a Pimpinha ?
Vivo numa luxuosa casa com várias tias. Parecem ser todas irmãs, todas gêmeas ou então clones. Têm todas a cara da Pimpinha Jardim mas terão sido alvo de uma qualquer manipulação genética porque não há duas com as mamas do mesmo tamanho. Vindo do nada, o Paulo Portas surge num corredor e obsessivamente tenta convencer-me a convencer as tias a deixarem-no também ali viver. Eu insisto que é impossível porque não há espaço para mais ninguém, ou melhor, só há espaço para mim. Tento igualmente desviar-lhe a atenção para que não repare que também estou no quarto ao lado onde se ouve alguém dizer em voz alta e ofegante “isso, isso, ai fódji, fódji, fódji minha buceta, fódji!!!” Perspicaz como é, Paulo Portas apercebe-se do escarecéu do quarto ao lado e volta ao nada, desvanece-se num nevoeiro que se forma no corredor, desaparece a saltar ao pé cochinho.
A grande questão que se coloca aqui é: mas que raio de sonho foi este ?? Porque apareceu o PP a empatar o sonho maravilhoso que estava a ter ? O episódio ganhou contornos paranormais quando esta tarde me sentei no carro, liguei o rádio e estava precisamente o PP a discursar, a dizer que só com um CDS mais forte o PSD se distanciaria do PS.
Não há coincidências. Vou entender isto como um sinal divino. É Deus Nosso Senhor que quer que volte a escrever.
A grande questão que se coloca aqui é: mas que raio de sonho foi este ?? Porque apareceu o PP a empatar o sonho maravilhoso que estava a ter ? O episódio ganhou contornos paranormais quando esta tarde me sentei no carro, liguei o rádio e estava precisamente o PP a discursar, a dizer que só com um CDS mais forte o PSD se distanciaria do PS.
Não há coincidências. Vou entender isto como um sinal divino. É Deus Nosso Senhor que quer que volte a escrever.
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