sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Foram 45 finalistas de 26 países, 90 nádegas que competiram no passado dia 12 em Paris pelo título do "Most beautiful bottom in the world" (em português, "a peidola mais apetitosa do mundo"). A vencedora foi a brasileira Melanie Nunes Fronckowiak e pelo nome não me admiraria nada que a mãe da Melanie fosse americana, o pai polaco e o padeiro português. Esta joint-venture só podia resultar em algo maravilhosamente belo e obviamente apetitoso ou não estivessemos a falar da parte que Deus Nosso Senhor quis que fosse a mais comestível do corpo feminino, o rabinho.
          

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Só um pequeno aparte relativamente à eleição do Obama. O tipo é filho de um preto e duma branca certo ? Portanto fifty/fifty certo ? Então porque razão se diz que é o primeiro negro a ocupar a casa branca ? Se é fifty/fifty porque há-de ser preto e não branco ?
Epá acabei de assistir a um momento magnifico de televisão e apetece-me partilhar com todos. No jogo do Benfica com o Aves, o pé torto do Cardoso volta a fazer das suas. Logo após o remate, enquanto o apanha bolas vai buscar a bola, a camera fixa-se numa gaja que está nas bancadas sendo perfeitamente perceptível que está a dizer "foda-se", mas aquele "foda-se" mesmo "fooo-da-sssse!!!!" com todas as sílabas. Novamente as cameras voltam para o relvado fixando-se no Cardoso que nesse precisso momento escarra para a relva.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Faço uma breve viagem nas memórias do tempo. “Nas memórias do tempo”… Fosga-se como posso escrever uma coisa destas…Eu juro que tentei fazer uma entrada que não parece-se lamecha-o-pretensiosa. Mas não consegui. Estou numa fase assim. E quando estou assim tenho recorrente tendência de vasculhar no passado, numa altura em que antes de me ter transformado no fantasma que sou hoje, era um puto qualquer. Naqueles tempos, como qualquer puto da minha geração, sempre que dava um filme ou serie de qualidade, no momento seguinte ia para a rua ter com os outros putos para sermos cruéis uns para os outros, sujar-mo-nos, partir uns ossos e cabeças, sempre inspirados nessas séries de qualidade.
Segue a lista possível das séries e da personagem que habitualmente eu interpretava em cada uma delas:

Espaço 1999 – Eu era o Mr. Kano
Havia uma enorme disputa à volta das personagens desta série. Toda a gente queria ser o comandante Koenig, o Alan, o Tony ou a Maya e ninguém queria ser o discreto mas muito competente e homem de confiança Mr. Kano. Aquando do processo de casting para atribuição dos papéis, que precedia sempre a brincadeira, sempre senti alguma resistência dos outros putos em ser o preto. Eu não me importava.

Star Trek – Mr. Sulu
Agradava-me a calma e o sangue frio do Mr. Sulu, espécie de Mr. Kano da Star Trek. No fundo se não fosse ele a controlar as manobras evasivas da Enterprise, há muito que Kirk e companhia tinham ido para o galheio. A nave era desenhada numa clareira de areia que havia no meio do campo. Havia monitores com ecrãs de platex e os botões eram pedras de várias cores e tamanhos dispostas milimetricamente sob a areia. Na nossa imaginação prodigiosa, especulávamos que naquela eterna clareira de areia nunca ali nasciam ervas porque teria aterrado um disco voador tornando aquele pedaço de terra estéril. Era o sito ideal para construirmos as nossas naves.

Dukes of Hazzard – Polícia
Decididamente não me enquadrava dentro do espírito irreverente e aventureiro dos três duques. Preferia ser polícia, não o imbecil do Rosco, mas o outro. Era ainda mais difícil arranjar alguém que quisesse ser o Boss Hogg do que arranjar alguém para jogar à baliza.

Galáctica – Era um Cylon
Nunca me seduziu nenhuma das personagens humanas. Se fosse na nova série, com toda a certeza escolheria ser o Dr. Baltar, um tipo perturbado, atormentado, que passa a vida a ter sonhos eróticos com a Cylon loira.

Anjos de Charlie – Era uma das gajas.
Houve um puto que se lembrou que poderíamos brincar aos Anjos de Charlie. O mesmo puto que gostava de fazer de Maya no Espaço 1999 e que se calhar se fosse hoje gostaria de fazer da Cylon que anda a ser comida pelo Dr. Baltar. Naquela altura tudo bem mas se fosse hoje, eu com ele não brincava.

A-Team – Faceman
O Faceman era interpretado por aquele gajo que fazia de Starbuck na Galáctica. O puto que era assim como que o líder da rua (porque o pai era embarcadiço e volta não volta trazia-lhe cenas da América que não haviam ainda cá e que deixavam todos os putos fascinados) queria ser sempre o chefe dos soldados da fortuna, aquele que andava sempre com um charuto. Gostava do estilo. Durante uns tempos na escola andava sempre com uma caneta na boca a fazer de charuto.

Flash Gordon – Era o Prince Barin.
Salvo erro a malvada princesa Aura, filha do impiedoso Imperador Ming, tinha um caso com o magnânime príncipe Barin, e eu por minha vez sempre tive e continuo a ter um fraquinho pela princesa, no fundo por gajas boas com mau feitio. Sempre foram a minha perdição. Esta coisa do Bem ter prazer com o Mal e vice-versa sempre me fascinou. Agradava-me portanto ser o príncipe, embora a muito custo conseguisse imaginar a princesa Aura na pessoa da Anita, a filha da padeira que connosco brincava.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Vai uma gaja ao meu lado a ler um livrinho de auto-ajuda. Segundo a contra-capa, a vida é como uma cozinha cósmica (!) onde um cozinheiro (!) está pronto a confeccionar todos os pratos (!) que desejarmos... Estes livros são sempre muito bons, ás vezes abrem o apetite e tudo e fazem muito bem mas a quem os escreve. Daí que já era tempo de alguém ensinar os leitores a escreverem eles próprios livros de auto-ajuda. Tarefa a que, com a humildade que me caracteriza, me proponho aqui fazer em apenas uma lição.
O segredo de um bom livro de auto-ajuda está numa qualquer permissa, uma ideia central à qual se junta palha de vária espécie. O ponto de partida é sempre simples para depois se complicar como complicadas estão as cabeças que vão ler o livro, e passa por classificar a vida, transpôr a ideia da vida para algo objectivo, algo com um funcionamento simples e linear. A vida tem que ser sempre como qualquer coisa simples e linear e a partir daí desenvolve-mos o tema nas suas diferentes vertentes cósmicas, complexas e pouco lineares.
Em vez de uma “cozinha cósmica”, a vida pode, por exemplo, ser como um martelo. É isso, a vida é como um martelo. Porquê ? Não é óbvio ? É preciso saber manejar bem o martelo, escolher bem os pregos com que vamos pregando tábua a tábua, construindo o caixão onde nos vamos enfiar um dia quando já não tivermos mais opções. Ok, enganei-me, isto seria antes para um livro de auto-destruição. Mas repare-se no entanto que a vida como martelo vai buscar a sua lógica à vida como funil. Enquanto donos e senhores da nossa juventude e liberdade, fontes da vida, o nosso leque de opções é bastante vasto, para depois ir afunilando com o passar dos anos. De facto, há medida que os anos passam, são cada vez menos as opções que temos, até ao ultimo suspiro, onde não restam opções. Nestes breves paragrafos sobre a vida como funil esqueci-me de acrescentar que o funil é cósmico. Faço-o agora. Ainda assim, lanço outro exemplo: a vida é como um agrafador! O agrafador que pode manter unidas as várias dimensões da nossa personalidade, um monte de papeis desalinhados que ao longo da vida necessita de ordem. Um desagrafador também dará jeito e convirá escolher bem os agrafos, cósmicos de preferência, convirá que sejam da medida certa e depois temos de ter sempre cuidado para não nos magoar-nos ao agrafar ou ter a certeza que os agrafos não ficam com as pontas para fora do papel, para não magoar outras pessoas que amamos ou pensamos que amamos. Não sei se me faço entender sobre este facto, da vida poder ser como um qualquer objecto como ponto de partida simples e linear para um excelente livro de auto-ajuda escrito por si. E quem diz objecto diz divisão da nossa casa. É que a vida em vez de poder ser como uma “cozinha cósmica” pode também ser como uma casa de banho a qual exige uma constante manutenção. E sempre que alguma merda se agarra á loiça da sanita, que é como quem diz, todo e qualquer tipo de problema ou pensamento negativo que se cole ao nosso espírito, porque só com o autoclismo não vai lá, limpamo-la de imediato com um piaçaba…cósmico naturalmente.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

De vez em quando sou confrontado com situações que reforçam em mim a ideia de que além de fantasma, sou um monstro. Uma colega minha que, vá-se lá saber como, consegue ver-me, interrompe o meu trajecto da hora de almoço para me contar uma novidade. Há uma colega nossa que descobriu ter cancro na mama. A notícia é-me transmitida com a solenidade habitual destas circunstâncias e eu tento retribuir com algumas frases igualmente solenes, igualmente adequadas. Mas porque quis deus nosso senhor que naquele momento passassem por nós várias gajas boas que desciam a rua, enquanto mantenho o diálogo em piloto automático, não consigo deixar de olhar fascinado para os seus corpos e acho que simultâneamente não consigo disfarçar um certo cinismo que me aflige... Não sei se a minha interlocutora repara mas suponho que ela já sabe o que a casa gasta. Mesmo na desgraça, por mais dramática que seja, e parece-me que nunca é mais dramática que a minha própria existência, nunca a minha natureza lubrica me dá descanso.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Tenho três clientes à minha frente. O atendimento destes “restaurantes” quere-se rápido mas infelizmente a food é cada vez menos fast para se ir tornando cada vez mais junk. Já nos tinham avisado mas pareciamos fascinados pela celeridade mágica com que se satisfazia o apetite. Perdida a graça e a paciência, sobra a fome, restam-nos os nacos de pizza, cada vez mais pequenos, cada vez com menos pedaços de fiambre. Há sempre alguem escondido atrás do balcão que faz uma conta e chega a conclusão que se tirar 50 gramas de farinha e um pedaço de fiambre á pizza, ninguem dará por isso e pagará o mesmo. A seguir multiplica-se a pequena poupança por 1000 pizzas e o dinheiro poupado já dá para comprar um plasma maior. Há demasiada gente a fazer contas deste tipo, fazem-nas repetidamente e inventam outras, como esta cujo resultado é pôr a miuda que recebe os pedidos na caixa de pré-pagamento a fazer-nos propostas a cada pedido que é feito. Se queremos apenas uma fatia de pizza, ela sugere que por mais um euro temos direito a duas fatias de pizza. Se desejamos um copo de coca-cola pequeno, ela contrapõe que por mais 50 cêntimos temos direito a meio-litro de coca-cola. Enquanto isto desesperamos na fila pela nossa fatia de pizza a um euro. Com mais 70 cêntimos levamos a sobremesa. A conta que fizeram na sobremesa, neste pequeno recipiente de plástico redondo com meia duzia de tringulos de ananás cortados na parte da manhã, manhã de ontem entenda-se, foi a de meterem lá para dentro dois ou três triangulos misturados, da parte do meio de ananás, aquela parte dura e que ninguém come.
Numa sociedade orientada para o lucro não há espaço para o glamour.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Acho que tenho um colega que é roto.

Evidência nº 1

O tipo anda sempre com o casaco apenas sobre as costas. Nunca o vi com o casaco vestido. Sempre achei as pessoas que andam com os casacos apenas sobre as costas suspeitas de alguma coisa. Como se a qualquer momento pudessem dizer “O quê este casaco ? Não, não é meu, caiu-me em cima!”. Este é suspeito de ser rabichola.

Evidência nº 2

Na cantina costuma almoçar uma miúda muito bem feitinha assim a dar para o pequenino com um rabinho do tipo cebola, ou seja, aquele tipo de rabinho que é de comer e chorar…por mais. Mas é um rabinho que não inspira num gajo os impulsos animalescos que outros rabinhos, ou melhor, outras peidolas inspiram.
A forma do rabo é algo que me fascina. O que mais me atrai num que outro, como está distribuída a carne, como se processa a movimentação das nádegas, a volumetria, a propocionalidade, a rigidez, entre outras características que fazem com que não existam dois rabinhos ou peidolas iguais.
Ora o rabinho da miúda da cantina é daqueles rabinhos perfeitos que apetece tratar com carinho. Quem diz tratar com carinho diz passar a mão e de olhos fechados percepcionar a fluidez dos contornos das nádegas, a textura lisinha da pele em contraste com a aspereza das nossas mãos. Que diz passar com a mão diz passar com a língua, meter lá a cara e assim... Ora o tipo que suspeito ser rabichola, quando vê a miúda parece ter uma necessidade meio espalhafatosa de assumir a sua masculinidade. Fá-lo de forma igualmente grosseira, dizendo-nos “Olha-me para aquela peida, parti-a toda!!!”. Agora imaginem um tipo com um casaco sobre as costas a dizer isto assim a puxar a saliva à boca. Epá não exageremos. A ultima coisa que aquele rabinho provoca num gajo é a vontade de o partir todo. Apetece só partir metade.

Evidência nº 3

No piso onde trabalhamos existem duas casas de banho sem ventilação, uma para os homens e outra para as mulheres. O pormenor sem ventilação é importante mas daí a cada vez que lá se vai cagar levar-se debaixo do braço um spray de Brise parece-me uma atitude suspeita. Nem as mulheres o fazem.

Evidência nº 4

O rolo de papel higiénico da casa de banho sem ventilação está trancado dentro de um porta rolos metálico fechado a cadeado. Existe uma pequena fresta por onde puxamos a ponta para dele nos servirmos. Muitas vezes acontece que quando rasgamos o papel, o rolo no interior do sarcófago metálico rola e a ponta fica inacessível. Temos que enfiar os dedos, fazer rodar o rolo no interior e procurarmos com jeitinho a ponta para a puxarmos de novo. Ora este tipo de que suspeito seriamente ser um roto da primeira apanha, tem o cuidado de se servir do papel e deixar sempre a ponta do rolo assim meio amarfanhada de modo a que esteja facilmente acessível a quem a seguir se quiser servir. Não sei mas depois de cagar acho que um tipo só pensa em limpar o cu. Não está cá com cerimónias destas.

Penso que possam existir outros indícios mas eu não sou pessoa muito perspicaz graças a deus.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

As condições metereológicas são ideais. Sinto o sol a queimar-me a pele e simultâneamente corre uma brisa fresca que funciona como uma espécie de ar condicionado não permitindo que sinta calor. É a minha primeira experiência sozinho na praia. Sou dos primeiros a chegar e depois de mim vão chegando a cota gotas os veraneantes que aqui e ali vão ocupando os seus postos sempre a relativa distancia de segurança.
A cerca de 20 metros de mim instala-se um tipo careca com um puto e em poucos minutos fico a saber a sua vida relatada ao telemóvel. Vem contaminar o som relaxante das ondas com uma suposta história de traição. Deixou a mulher, e o puto está a "dar-lhe apoio". Fico com a ideia que a mulher o terá apanhado com outra gaja. Pergunta a opinião a quem está no outro lado da linha sobre a amante: "Epá mas ela é gira não é ?" Como que procurando justificação para a traição. Gira ? O careca tem à vontade mais de 40 anos... Deve portanto ter dado a facadinha com uma miuda à volta dos 20. É nessa idade que elas são giras, antes de passarem a ser bonitas.
Estar sozinho na praia tem as suas vantagens. Se vou com malta, ou se fala de bola ou de gajas. Para o primeiro tema já não há pachorra. Sinto que cada vez mais tenho de fazer esforço para participar nos debates de treinadores de bancada. O segundo tema, sinto que é cada vez mais um tema obsessivo junto da minha geração de gajos fartos dos casamentos, sofregos por qualquer coisa (gira) que lhes apareça por baixo. Quando vou acompanhado por membros do sexo feminino, falta-me a liberdade de exercer o meu mister pervertido de contemplação dos corpos femininos. Por mais que disfarce, e sou péssimo a fazê-lo, não consigo disfarçar. Quantas vezes não fui apanhado em flagrante, com o canto do olho pregado num rabinho mais sucolento... Este velho mas brilhante spot publicitário da Renault resumia e resume o espirito do homem trintão/quarentão. Tem uma mulher bonita ao seu lado, mas não resiste ás giras que passam na rua.

Felizmente deixo de ouvir a voz ansiosa do careca agora na borda da água com o puto apanhar cadelinhas.
Noto uma certa curiosidade que desperta nas gajas acompanhadas um gajo sozinho na praia. Mais algumas dezenas de metros ao lado instala-se um casal. Ele, com pinta de roto, deve ter vindo fazer companhia à amiga que está apenas preocupada em ganhar cor e ocasionalmente espreitar-me. Do ponto de vista de qualquer jogo de sedução à distancia com o olhar sou péssimo. A verdade é que como bom pervertido que sou, gosto mais de ser eu a observar que ser observado. Nunca é como nos filmes em que elas piscam os olhos ao Martini man e ele sabe automaticamente que aquela já está no papo. O jogo de olhares no areal está muito longe de ser explicito. Já sou péssimo a comunicar, quanto mais com o olhar. Ela fica-se pelo sol, eu pela revista.
Chega uma família e á frente dela, a filha, calções curtinhos feitos de improviso dumas calças de ganga, tshirt amarela de alças, oculos escuros, vai até á água testar a temperatura. É delicioso o movimento que faz com as perninhas ao sentir uma onda mais malandra que lhe molha os joelhos. Por esta altura estou em transe. Se pudesse agora mesmo sorver com a minha lingua ultra-absorvente cada uma daquelas gotas que estão naquelas perninhas salgadas... O transe prossegue com a pequena amostra de strip-tease junto ao chapéu de sol. Primeiro os óculos, depois os calções justinhos e depois...o namorado aparece e tira-lhe a t-shirt sem jeitinho nenhum. Correm os dois até à borda da água onde começam a fazer um joguinho de dá-cá-a-bola-não-dou. Então ela vira-se e dá a mostrar o calção do bikini em toda a sua plenitude...todo metidinho entre duas fabulosas nádegas. O que são fabulosas nádegas ?

Versões alternativas:
- tshirt preta e calçãozinho azul bébé tipo uiui.
- tshirt preta e calçãozinho branco tipo schlep schlep.
- tshirt azul bébé e cuéquinha rozinha tipo nham nham.
Um risquinho preto na horizontal, outro na vertical e um gajo tem que voltar à revista senão dá em doido.
Amanhã de manhã volto.

domingo, 24 de agosto de 2008

sábado, 23 de agosto de 2008

Dou por terminada mais uma grandiosa sondagem. Perguntava-se quem estava a ter mais prazer. Eis os resultados:

- Quem está à frente 2 (11%)
- Quem está no meio 9 (50%)
- Quem está atrás 3 (16%)
- Quem está em cima (Deus Nosso Senhor) 4 (22%)

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Por vezes vasculho no meu cada vez mais longínquo passado em busca de respostas para o meu cada vez mais inexistente presente. Outras vezes vasculho no Youtube. Desta vez cruzei-me com um clip onde uma gaja entra num quarto de hotel e começa a lamber tudo o que lhe aparece pela frente, desde frigoríficos, televisões e até mobiliário de casa de banho… Apesar de um certo patetismo, apesar de muito higiénico Cillit Bang, o vídeo tem uma considerável carga erótica. Eu pelo menos não fico indiferente quando vejo uma gaja com a língua de fora a lamber coisas.
Este vídeo teve ainda a virtude de me remeter para os primórdios da minha adolescência, reviver um episódio que de certa forma evidenciava a perversão que já me pulsava no sangue ainda naquela tenra idade.
Devia ter os meus 10 ou 11 anos e os meus avós davam em casa um jantar de despedida de uns primos que se encontravam de abalada para o Canadá depois das férias passadas na santa terra. Um dos meus primos trouxera a noiva, uma bela Canadiana dos seus 20 anos, da qual não tirei os olhos durante todo o jantar, período de tempo em que, definitivamente, estava absolutamente convencido de ter ali à minha frente a mulher mais bela do mundo.
Terminado o jantar voluntariei-me para levantar a mesa, apenas com um objectivo em mente… Pegar no copo onde aquelas mãos e aqueles lábios tinham tocado. Tendo o troféu comigo, fui para um recanto da cozinha onde pude apreciar convenientemente as marcas recentes de baton, pequenos laivos de saliva da bela ainda frescos no rebordo, as marcas dos seus dedos... Tudo foi então por mim lambido, tudo foi devorado, absorvido, o mais ínfimo traço do seu ADN foi aspirado para dentro da minha boca. A pervertida experiência soube a pouco…lembro-me da sensação de pousar o copo, que depois do meu tratamento, era apenas um copo tão vazio quanto o meu interior. Mas tinha experimentado uma espécie de prazer, ainda assim, apenas uma ínfima parte do que sentiria se pudesse em vez do copo, lamber os próprios lábios que tinham tocado no copo. Voltei para a mesa como se nada fosse comigo, decidido a aproveitar ao máximo, a fixar todos os belos pormenores do rosto da rapariga, para que me acompanhassem nas noites seguintes nos meus sonhos.
A fantasia e a imaginação contam muito no que à libido diz respeito. Anos mais tarde ocorreria um episódio que meteu também língua e boca, mas de uma puta do Intendente.
Eu e o meu habitual grupo de amigos frequentávamos assiduamente ao fim de semana as matinées do Crazy Nights onde acabámos por conhecer uns tipos mais velhos que, porque gostavam muito de miúdas da secundária com idade para serem quase suas filhas, estavam sempre ali batidos. Lembro-me de me interrogar se quando tivesse a idade deles também frequentaria as matinées… No entanto, a evolução foi normal, com o passar dos anos foi surgindo um desconforto natural de quem se sente deslocado no meio de tanta pitinha e pretende passar para o próximo nível de engate que só se encontra nas discotecas à noite.
Uma vez, à saída da discoteca, os gajos pergutaram-nos se queríamos ir com eles. E onde ? Ver putas! Há quem goste de ver o pôr do sol, há quem goste de ir ver os saldos ou os macacos no jardim zoológico. De facto a actividade lúdica de "ir ver putas" nunca me tinha ocorrido. Sem nada para fazer, fomos levados até ao coração fervilhante do Intendente onde os nossos cicerones se movimentavam com grande à vontade, cumprimentando este e aquele manfio, acenando para esta ou aquela puta encostada às paredes das ruelas. As putas não deviam nada à beleza. Invariavelmente cada uma delas parecia saída de um filme porno espanhol de baixa qualidade e cada uma delas tinha uma, várias ou todas das seguintes características: parecia uma drogada, parecia uma pessoa com uma doença terminal grave, parecia uma pessoa deprimida em ultimo grau, parecia uma pessoa desejosa de chegar a casa para enfiar no bucho uma caixa inteira de comprimidos e escrever uma carta de despedida cheia de erros ortográficos enquanto não surgia o efeito, parecia uma puta.
Apesar da ânsia em perder a virgindade com que um gajo por aquela altura se debatia, perdê-la com uma gaja daquelas devia ser um autêntico pesadelo. Embora estivesse longe de querer para mim um momento mágico e especial como queriam as miúdas daquela idade, não concebia minimamente ver-me frente a frente com uns dentes careados e um hálito com sabor a sémen do cliente anterior.
A certa altura um dos gajos mais velhos disse-nos “Epá esperem aí que eu vou ali dar uma foda naquela puta!” E lá foi ter com ela que, como estava à porta da pensão, foi só dar meia volta. Convém referir que por esta altura já nos tínhamos informado do preçário praticado pela generalidade das putas. O bóbó eram 500 paus mas por mais 100 ela engolia. A queca eram 2 contos (1 conto = 1000 paus = 1000 escudos = 5 euros) mas com alguma lábia conseguiam-se fodas com desconto de 50%, por 1000 paus portanto. Estamos a falar de preços praticados em meados dos anos 80.
Não passou muito tempo, talvez um quarto de hora, quando vimos surgir o gajo. Tinha então a ideia de que um gajo depois de dar uma foda ficaria diferente, mais alegre ou mais relaxado, mais feliz ou mais confiante, um gajo ficava diferente pela certa. Mas o gajo mais velho, que acabara de dar uma, parecia-me exactamente o mesmo gajo antes de dar uma. Quando ele chegou perto de nós, foi de imediato bombardeado com as nossas perguntas, de como tinha sido, o que tinham feito, etc… Então o gajo disse estas palavras que jamais esquecerei: “Foda-se mais valia ter batido uma punheta óh caralho!”.
O gajo teria preferido o copo. O triunfo da imaginação sobre a realidade.

sábado, 2 de agosto de 2008



You're my daddy!
I want you daddy
I want you mom
I want you mine
Cause I am yours!

I want you stronger
I want you harder
I want you mine
Do you feel fine?

Whos your daddy?
Your my daddy
Come I'll give it to you
Your my daddy
Come Ill give it to you
Your my daddy
Come now I'll make you mineeee
Mineeeeeeeeeeeeeee
I want you daddy!
I want you mom!
I want you mine!
As I am yours!
I want you stronger
I want you harder!
I want you mine
Do you feel fine?

Who's your daddy?
You're my daddy

Benny Benassi, "Who's your daddy?"

sexta-feira, 1 de agosto de 2008



I left my job my car and my home,
Im leavin 4 a destination I still dont no,
Somewhere nobody must have beautys at all,
And if u like us u can follow me so lets go;
Follow me, and lets go,
To the place where we belong and leave our troubles at home,
Come with me we can go to a paradise of love and joy,
A destination unknown;

Now I wont feel thoses heavy shoulders no more,
My life got better now I finally enjoy,
Yes all the people wana come here and so,
Come on and join us you can do that now lets go,
Follow me, and let's go,
To the place where we belong and leave our troubles at home,
Come with me we can go to a paradise of love and joy,
A destination unknown;

We left the city the pollution the crowd,
The air is clear here oceans blue I love that sound.
Where happy on this destinatin we found and if u want us you can,
Follow me, lets go,
Follow me, and lets go,
To the place where we belong and leave our troubles at home,
Come with me we can go to a paradise of love and joy,
A destination unknown.

Alex Gaudino, "Destination Calabria"

quinta-feira, 31 de julho de 2008

"As únicas pessoas que me interessam são as loucas, aquelas que são loucas por viver, loucas por falar, loucas por serem salvas; as que desejam tudo ao mesmo tempo. As que nunca bocejam ou dizem algo desinteressante, mas que queimam e brilham, brilham, brilham como luminosos fogos de artifícios cruzando o céu."
Jack Kerouac

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Não tenho nada contra as pessoas gordas. Mas acho que deviam comer menos. E ao afirmar isto sei que automaticamente ficam elas com algo contra mim. Se não ficam lixadas se lhe dissermos “epá estás gorda!”, ficam fulas quando lhes dizemos que deviam comer menos.
Escrevo estas linhas inspirado nos momentos que por vezes passo à hora do almoço na companhia de três pessoas gordas e de uma criancinha que para lá caminha. Sempre que nada de mais minimamente interessante há a observar, restam-me os gordos. Dedico-me à observação destas pesadas criaturas que regularmente se sentam nas mesas circundantes à minha e cujos graus de parentesco ainda não consegui discrutinar com exactidão. Sei que a criancinha é filha do gordo, tal é a autoridade com que a manda comer o resto do bife. As duas gordas que o acompanham podem muito bem ser a mulher gorda e a irmã gorda, ou vice versa, a gorda mulher e a gorda irmã, mas não tenho a certeza.
Hoje estavam sentados mesmo ao meu lado e ouvi-lhes inevitavelmente as conversas. Os surdos têm a sorte de ter legendas ou aquela senhora que parece que nunca envelhece lá no canto do televisor a traduzir os programas da televisão em linguagem gestual. Para perceber esta gente gorda precisava de um tradutor de “conversa de boca cheia”. Ainda assim deu para perceber que os temas giravam todos à volta de fascinantes acontecimentos passados, relembrados com comovente saudosismo: um bitoque comido uma vez em Castelo Branco, umas migas em Beja, uma sardinhada em Albufeira…A comida, principal protagonista em todas as conversas, era tratada carinhosamente com diminuitivos do tipo bifinho, batatinhas, peixinho, sopinha, arrozinho, canjinha, presuntinho, melãozinho, jaquinzinho…por aí fora. Imagine-se a ternura de um carrasco que antes de decapitar o condenado lhe pergunta sobre quem irá ganhar o campeonato este ano. É assim um tipo de ternura parecido com a dos gordos para com a comidinha. Aliás esta coisa dos inhos e das inhas foi algo que sempre abominei mas que parece estar cada vez mais em voga. O meu novo vizinho do lado tem a mania de dizer “então boa noitinha”! A ele ainda o perdoo porque a mulher é assim para o pequenin-ó-delicioso, nela é tudo inho. É natural que um gajo quando está com uma coizinha daquelas, até a noite pareça pequenina e lhe diga coisas mimosas como “abre as perninhas abre” ou “deixa-me chupar-te as maminhas deixa”. A verdade é que ela deve ser uma bela fodinha, a melhor febrinha do prédio sem dúvida.
Enquanto eu fantasio com a minha vizinha, toda a gente acusa os bio-combustiveis como os culpados da galopante escalada dos preços dos alimentos, mas é altura de apontar o dedinho aos verdadeiros culpados, os gordos, essa malta que come por duas, três ou quatros pessoas. Havendo cada vez mais gente gorda, é natural que a procura de alimentos aumente, logo, que o preço dos alimentos aumente, logo, que se gaste mais combustível para transportar mais alimentos, logo, que se gaste mais dinheiro para pagar gasolina cada vez mais cara, que se consuma mais terra arável, mais água, adubos para gerar mais alimento para alimentar os gordos. Resumindo, uma pessoa gorda é uma autêntica predadora dos recursos naturais do planeta que não merece ir para o céu. Só se lá em cima não houver Mc'Donalds. Nesse caso tudo bem, sejam benvindos. O céu sem hamburgueres deve ser inferno suficiente para um gordo.
As pessoas gordas são atentados ecológicos que deveriam ser combatidos com a mesma tenacidade com que se combatem as marés negras. Lá porque não vemos gaivotas sujas de nafta e sardinhas mortas a dar á praia, não quer dizer que não possamos imaginar as gaivotas esmigalhadas debaixo dumas nádegas gordas e as sardinhas a desaparecerem dentro daquelas bocas vorazes como se de jaquinzinhos se tratassem. Proponho batalhões de massagistas e personal-trainers, drenagens linfáticas e ginásios, dietas rigorosas e bandas gástricas, psicoterapias e jogging, tudo subsidiado se for preciso com dinheiro dos magros.
Nos anos 70, em plena crise energética, pleno choque petrolífero, a Air France pôs-se a fazer contas e descobriu que após cada viagem os aviões acumulavam no seu interior não sei quantos quilos de pó. Concluíram que se aspirassem os aviões como deve de ser, conseguiriam recolher ao final do dia não sei quantos quilos de pó que corresponderiam a não sei quantos quilos a menos no peso dos aviões significando uma poupança de não sei quantos litros de fuel. Era tempo de se fazerem umas não sei quantas contas, não aos quilos de pó, antes aos índices de massa corporal dos ocidentais, quanta banha poderia ser lipo-aspirada como deve de ser, e chegar-se também à conclusão dos milhões de litros de gasolina que se poupavam se houvesse menos peso nos automóveis e transportes públicos, resultando em consequência menos emissão de CO2 para a atmosfera e menos apoplexias.
É tempo de acabar com essa imagem chocante e cada vez mais vulgar que é ver um daqueles chinelos de enfiar o dedo do pé reduzido à espessura duma folha de papel debaixo dos pés duma gorda. É tempo de gritar com toda a força dos nossos pulmões: “Viva os tornozelos bem torneados em cima duns sapatos de salto alto!”

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Vou a uma farmácia, a minha farmácia favorita. E o que pode ter esta farmácia de diferente das outras farmácias ao ponto de a considerar como a minha farmácia favorita ? Obviamente as gajas. São só gajas que estão a atender. As farmacêuticas a pouco e pouco têm estado a conquistar o meu fantasioso mundo, fazendo companhias ás também suas colegas de bata branca, as enfermeiras.
No meu tempo de puto brincávamos aos doentes e ás médicas. Hoje em dia não me importo de brincar aos pervertidos e às farmacêuticas. Evito as consultas médicas tradicionais. É muito chato estar á espera da nossa vez na sala de espera de um consultório médico onde as revistas são todas de há seis meses atrás, as recepcionistas escondem-se nos guichets austeros, usam tamancas e a médica nunca mais chega do outro consultório onde também dá consultas e onde as revistas pela certa são do ano passado. Só recorro aos serviços de médicas quando em situações extremas não são as farmacêuticas a salvar-me a vida. Agora há muito tempo que frequento apenas as farmácias. Meia dúzia de palavras, debito os sintomas e é ver estampado no rosto do lado de lá do balcão um olhar terno e compreensivo, e na ponta da língua a solução para as minhas maleitas.
A minha farmácia favorita, como qualquer farmácia moderna, tem um braço mecânico que vai buscar os medicamentos e máquina dispensadora de senhas de atendimento. Ou seja, tem o inconveniente de nunca saber que farmacêutica me calhará em sorte. Mas ao contrário de outras farmácias onde corro o risco de ser atendido por um burgesso qualquer, nesta farmácia tenho sempre pelo menos a garantia de ser atendido por uma gaja. Ainda assim elas distinguem-se entre a melhor de todas, a boa como o milho e a comia-a agora já em cima do balcão, sendo que não podendo escolher, estou sempre sujeito á arbitrariedade dos números das senhas. Hoje para me estragar o final de tarde, além das habituais farmacêuticas, estava de serviço um camafeu que não se enquadrava minimamente nas categorias que acima enunciei. Não vou aqui perder tempo a descrever o que é para mim um camafeu. Resumidamente, é uma gaja com determinadas características onde, nem precisará de ser muito feia, há qualquer coisa nela que nem que me pagassem! E atenção, eu até não me importava que me pagassem, mas organica e mecanicamente falando, se me faço entender, a coisa nunca funcionaria. Eu estaria sempre condenado a uma humilhação e caso me pagassem previamente, sujeito a ter que devolver o dinheiro. E eventualmente a dar do meu bolso para que o camafeu me prometesse não contar a ninguém. Tenho este defeito, penso mesmo que é um defeito grave. Nem com a bomba atómica do sexo, um valente bóbó, se for feito por um camafeu, lá vou. Se a gaja se enquadrar nos padrões com que defino de camafeu, nada feito. Reconheço no entanto o mérito destes espécimes e a sua importância na adolescência de qualquer jovem saudável. É com elas que se se aprende errando para depois se atingir a excelência.
Ora, quando vi o camafeu farmacêutico a atender, o pensamento que logo me ocorreu foi, "fosga-se não quero ser atendido por aquele camafeu!". Não me estava a ver confessar-lhe as minhas fraquezas momentâneas "ando com dificuldade em engolir sabe...o que acha que seja ? Não haverá nada para isto ? Acho que é do ar condicionado..." E o que pensei na minha inocência para evitar a possível constrangedora situação... vou tirar não uma, mas várias senhas para que me possa esquivar caso o camafeu chame o meu numero! Tirei portanto três senhas, 30,31 e 32. Mas, e atente-se no pânico em que me encontrava, não fui pensar que se o camafeu chama-se pelo número 30 e ninguém, eu, respondesse, naturalmente que chamaria pelo 31 e ... Só me apercebi deste facto quando o camafeu chamou pelo 32. Sem mais senhas, sem mais ninguém para ser atendido, lá tive de pedir apenas uma pasta dentifrica.
Outro defeito meu, não consigo manter os meus níveis de sangue frio, lucidez e inteligência em situações de stress como a que vivi na farmácia. A estratégia passaria por tirar uma senha, vir até cá fora espreitar a montra, esperar que entrasse outro cliente e então tirar nova senha depois dele. Ou seja, ficaria com as senhas 30 e 32, o azarado com a 31, seria ele a ser atendido pelo camafeu e eu já não estaria com esta dor de garganta.

sexta-feira, 18 de julho de 2008


Não consigo escrever. A única coisa digna de registo que me apetece partilhar são os resumos mentais que carinhosamente guardo dos mailes pornográficos que ultimamente tenho recebido deste e daquele amigo... Ou o mundo anda muito doente ou sou eu que estou a ficar antiquado. Aviso desde já para o teor altamente melindroso dos relatos que se seguem. Pelo menos na minha óptica. É que quando assim é, esforço-me ao máximo para os tornar ainda mais melindrosos. E aviso antes, também, os incautos leitores para tornar o momento ainda mais melindroso. E abuso da palavra melindroso. Ao ponto de já ninguém estar com pachorra para me ler.
Após lerem estas linhas, muitos terão vontade de se suicidar com um tiro no dedo mindinho do pé. Outros já o fizeram. Têm ainda mais outro. Estejam à vontade. Outros terão vontade de me pedir os ficheiros mpeg. Outros de ir a correr ao supermercado comprar bananas. Aviso que apaguei os ficheiros todos. Não os passei a ninguém por motivos de saúde pública. Quanto às bananas, no Lidl são mais baratas.

  1. uma gorda muito provavelmente com meia tonelada de peso, a cavalgar desenfreada de prazer um gajo magrinho numa cama de quarto de hotel;
  2. um preto a comer de frente o cú duma gaja branca e simultaneamente a fazer-lhe um minete (explico, o bacamarte do preto é enorme, de modo que o preto dobra-se e chega lá com a língua ao mesmo tempo que o enfia. Muito provavelmente o preto conseguirá fazer a si próprio um bóbó. A língua do preto também é comprida.);
  3. um gajo que filma gajas que lhe dão murros e pontapés nos tomates e ele gosta;
  4. uma gaja que enfia uma banana descascada no cu de uma outra que está de gatas e afasta-se um metro para trás. Então a que está de gatas faz força e a banana sai disparada na direcção da outra que a apanha com a boca;
  5. um gajo que sofre duma estranha mutação, tem dois pénis e faz as delicias duma gaja ao comê-la por trás por dois lados ao mesmo tempo;
  6. o Berlusconni a comer macacos do nariz.
Digam lá se não é bom ter amigos assim, que tentam sempre animar-nos, enviando-nos "coisas giras" para o mail ? Conta a intenção. Adeus dedo mindinho!

terça-feira, 15 de julho de 2008

"…Agora pareço estar mais à vontade, na longínqua e pálida margem das coisas. Se posso falar em estar. Se posso falar em à vontade.…

É uma questão de calma interior, de nos escondermos dentro de nós próprios, como um bicho agachado na toca, enquanto os cães passam a correr.…

Eu fazia uma coisa enquanto pensava outra e, ao constatar este abismo, ficava sem saber quem era.…

Não são os mortos que agora me interessam, por mais que vivam à noite pelos quartos vazios. Então, quem é que me interessa ? Os vivos ? Não, não, qualquer coisa de intermédio; uma terceira coisa.…

Há homens, bem sei, que percorrem o mundo em busca da mulher ideal, aquela que satisfará os seus mais escuros desejos e saciará as quentes e informes exigências do sangue; e eu sou desses, com a diferença de que o que eu lascivamente desejo não é uma odalisca de olhos impúdicos mas um ser feito de quietude; não inerte, nem inanimado, mas calmo como eu, um lago claro numa clareira sombria, no qual possa banhar a minha pobre fronte latejante e refrescar os seus tímidos afogueamentos....“
Jonh Banville

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Sinto forte dependência e instintiva atracção pelo impossível, por tudo o que também instintivamente sinto que jamais poderei alcançar.
Exhibit one: não são raras as vezes que me acontece ter vontade, ficar aflitinho para escrever em locais ou situações onde tal não é possível. Mas depois, au contraire, quando tenho tudo o que preciso para o fazer, quando tenho a possibilidade de concretizar o desejo mesmo ali à frente, a desinspiração instala-se... Andamos desencontrados, eu e o desejo, ele aqui, eu lá, ou então ele lá, a maior parte das vezes, e eu em lado nenhum.
Nunca estou no momento, antes, sempre no momento seguinte. O pensamento sobrepõe-se sempre, mais rápido, mais forte que a realidade. Habito um presente onde sou um anacronismo, onde nunca estou verdadeiramente presente a não ser em pensamento, onde sou a ficção de mim próprio, condenado pela impossibilidade de ser.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Deixo aqui o apelo a quem por favor tiver ou encontre por aí em MP3 a musica “We Don't Wanna Be the Ones to Take the Blame” do album Rite to Silence dos “The Sandals” o favor de deixar aqui a sua pista e indicar o email para eu depois contactar. Passa esta mensagem aos teus amigos, amigos dos amigos, amigos dos amigos dos amigos, desde que seja a muita gente, mas vá lá, eu não encontro este magnifico som em lado nenhum.
Hoje eu, amanhã posso ser eu outra vez a precisar… Mas pode ser que um dia sejas tu. Até vou dizer “bem hajam” e tudo. Vá lá…
Actualização:
Uma avassaladora onda de solidariedade, que me apraz registar, varreu a blogosfera e ao fim de poucas horas após a publicação deste post já tinha comigo o tão desejado ficheiro que, como é meu apanágio, tenho estado a ouvir obsessiva, compulsiva e repetidamente.
Se clicarem aqui também ficam com ele. Portanto, "bem hajam"!

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Hoje quando a rapariga me servia o prato com o caril de frango, senti um enorme impulso de lhe perguntar: “Sabia que a glande dos homens circuncisados acaba por ir perdendo a sensibilidade porque gradualmente vai ficando cada vez mais seca, acabando inclusive por secar quase completamente as mucosas ali presentes que Deus Nosso Senhor tão cuidadosamente criou e ali colocou para que se pudessem apanhar com mais facilidade doenças sexualmente transmissíveis ?”

sexta-feira, 6 de junho de 2008

A feira do livro de Lisboa é um lugarzinho inclinado cada vez mais repleto de livros que ninguém quis ou quer ler, entre outros que toda a gente é levada a querer. Este ano há a novidade das novas barracas da Leya, o único motivo de curiosidade que me faz subir a ladeira. Só para chatear, as novas barracas estão mesmo lá no topo. Até lá vou passando pelas antigas, cada uma delas com o habitual goblin no seu interior que nos mira do alto até à cintura, fazendo-nos o favor de nos fazer sentir alguém que pode gamar um livro a qualquer instante caso ninguém esteja a ver. No fundo não os censuro. Rodeados de livros, que mais podem fazer se não ir olhando e imaginar que todos os pelintras que por ali deambulam, não se sabe bem à procura do quê, são delinquentes... Chego então às novas barracas e rapidamente me apercebo que se abriu a caixa de pandora das barracas da feira do livro. A modernidade chegou ao parque! Cada uma das editoras da Leya tem uma barraca com uma rampa de um lado e umas escadas do outro. Os potenciais leitores entram pela rampa para a barraca rodeada de estantes, podendo percorre-las com o seu habitual olhar vazio ou não estejam ali perfiladas as mesmas 20 lombadas do ultimo do Saramago. Ao meio da barraca uma banca com mais livros. Faz-se assim um minicirtcuito dentro da barraca, entrando-se por um lado e saindo-se pelo outro de modo a seguirmos para a próxima barraca. Pega-se no livro que sub-repticiamente nos impingiram e é só dirigir-mo-nos à barraca central que processa as vendas de todas as barracas. Nem parece que estamos na feira do livro, antes no curral do livro. No próximo ano não será de admirar que as outras editoras, que não sejam entretanto compradas pela Leya, queiram também elas próprias ter os seus próprios currais... Ou seja, os descontos que se poderiam esperar nos livros, no futuro serão menores porque as editoras vão empatar dinheiro extra na construção de cada vez mais aprimorados currais. No futuro teremos melhores condições para nos impigirem livros, sem dúvida, livros mais caros. Fica desvirtuado completamente o conceito de feira do livro, que deve ser um sitio ad-lib, sem condições para comprar livros, mas para os descobrir. Se querem condições vão à Fnac!

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Há sempre algo de inédito nos meus dias sempre iguais. É só preciso estar atento...como agora....
Vejo umas unhas pintadas de azul clarinho. Em vez de ter uns olhos, tem as unhas dos pés da cor do céu. Quem será o seu poeta ?

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Ver o mundo num grão de areia, o céu numa flor silvestre, ter o infinito na palma da mão e a eternidade numa hora.

William Blake (1757 . 1827)

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Por estes dias circulam milhares de mensagens por mail e sms apelando ao boicote nos postos de abastecimento da Galp, BP e Repsol. Pode-se portanto durante os próximos dias 22,23,24 e 25, abastecer nos outros postos de abastecimento porque não há problema. Por exemplo, nos postos da Cepsa ou nos postos dos hipermercados porque a gasolina que vendem é muito mais baratinha, não é poluente, não é feita a partir de petróleo, muito menos desse petróleo nauseabundo extraído pela OPEP que aquelas três gasolineiras vendem a preços exorbitantes. É uma gasolina completamente diferente e a prová-lo está a meia dúzia de cêntimos mais barata a que é vendida. Contando naturalmente que quando o automobilista vá encher o depósito ao hipermercado não esqueça de deixar primeiro lá dentro o couro e o cabelo.
Só posso admitir que os cretinos que inventaram esta cruzada de facto não acreditem nos efeitos práticos da mesma, porque não irão naturalmente existir, antes sintam especial gozo em ver a maralha aderir a mais uma sem pés nem cabeça. E a maralha adere porque simplesmente anda tresmalhada e desejosa de se encarneirar atrás de qualquer ideal que mesmo por breves dias a faça sentir que há algo porque valha a pena lutar…Por exemplo, lutar pelo seu direito ao consumo!
Mas alguém que explique a esta gente que é a lei da oferta e da procura que regula os preços. Que de há uns anos a esta parte, os chineses começaram a pôr de lado as bicicletas, os indianos os elefantes, e começaram alegremente a comprar meios de locomoção movidos a gasolina. Gasolina essa que já não chega para as encomendas. Que além disso, e a verdadeiramente influenciar o preço final ao consumidor, é o pesado imposto que o estado português impõe sobre os produtos petrolíferos. Em ultima instância, o culpado é o Estado, o governo, o Sócrates e quem nele votou. Esses mesmos votantes que nos próximos dias vão fazer fila nos hipermercados.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Ao meu lado seguem duas estudantes universitárias. Malta fresquinha®. A mais feiazinha é quem conduz a conversa, trazendo à baila diversos temas que passam pelo professor que se divorciou, pelo que chega sempre atrasado, continuando numa série de TV onde se vê mesmo uma ténia a mexer, e noutro episódio onde aparece um verme que se alimenta de naftalina. A que se senta mesmo ao meu lado fala com uma suavidade na voz, uma serenidade tão sublimemente feminina, capaz de despertar em mim a libido que em manhãs como esta parece anestesiada. Fiquei acordado até por volta das quatro da manhã, cerca de três horas de sono mal dormido que me lançam para um confortável torpor. Interrogo-me sobre se não estarei viciado neste estado, onde as dores na cabeça e nas articulações ocupam-me demasiado para pensar em seja o que for. Faz-me muito bem não pensar em seja o que for, alheando-me da realidade suburbana que sou forçado a frequentar, concentrando-me apenas nos dramas biológicos do meu corpo. Fazia-me bem enlouquecer. A falta de sono parece sempre encurtar esse caminho por onde de vez em quando me aventuro, mas voltando atrás sempre pelo mesmo trilho.
Agarrado ao telemóvel, como se o Chuzzle, este eterno companheiro de breves e monótonas viagens fosse muito mais importante que as mãos da serena estudante que repousam sobre uns calhamaços de farmácia, vou disfarçando a minha sede, o mau estar que me causa estar a poucos centímetros de um objecto de desejo inalcançável.
À minha frente senta-se agora uma mulher dos seus quarenta e passo os 500 mil pontos. Não me atrai absolutamente nada este tipo de mulher dos seus quarenta, principalmente porque assim que se senta, acto continuo (o momento merece linguagem policial), leva braço à cara e esfrega o nariz com a parte inferior do antebraço nu, deixando eventualmente ali um rasto de muco que me escuso a descrever e ganho uma vida extra.
As mãos de onde sobressaem uma unhas cuidadosamente pintadas de vermelho agarram agora um telemóvel e fico sem saber qual foi o destino do verme. O namorado segue na carruagem seguinte e breves momentos depois, só tempo de mudar de carruagem, não cair à linha e ser trucidado, interrompe a conversa. Ela levanta-se, não se despede da amiga colega e ignora-me por completo, que é naturalmente o que merecem gajos agarrados ao telemóvel a jogar. Ainda vai a passar à minha frente, quando a mão do universitário ocupa esse espaço deliciosamente mágico que cobre a cresta iliaca, por breves segundos exposto a poucos sentimentos das minhas sedentas mandíbulas, roubando-me fracções de segundo de deslumbre. Além dos dedos dos pés, o pneuzinho das mulheres é uma das partes mais menosprezadas da anatonomia feminina… Quanta beleza, quanta ergonomia encerra aquele naco de carne… Novo recorde.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Este post é escrito sob o efeito do alcóol. Apesar de saber que não aprendo nada com aquela malta, mais uma vez cedi aos apelos do outro lado da rua. E agora estou para aqui, na cabeça duma mistura de cinco ou seis carlsberg e uma bifana grelhada com muito picante. No bolso da camisa trago um monte de rótulos, descolados das garrafas, empregnados do cheiro a cerveja, que contêm códigos para serem introduzidos no site da cervejeira, habilitando-nos a bilhetes a jogos do europeu. De resto, apenas algumas constatações. A primeira, já não vou precisar de jantar. A segunda, neste estado em que todos voluntariamente nos pusemos, a mulher deixa de ser mulher para passar a ser única e exclusivamente corpo. E deixar de ser corpo, para passar a ser peidola, é apenas um passo. Terão as mulheres consciência do valor que nós gajos com os copos damos à forma dos seus reais traseiros e principalmente à maneira como se locomovem dentro dumas calças de ganha justas...? Obviamente que si, têm. E ainda bem.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Aluna típica da Carolina MichaelisNo YouTube é possível verificar com toda a certeza que a cena da escola Carolina Michaelis não se passou de facto entre duas alunas naquela guerrinha teimosa de "dá cá o meu telemóvel!" vs. "não dou!". Era uma dúvida que eu tinha. Poderia aquele patético episódio ser uma qualquer encenação, tipo Carolina Michaelis Project destinada exclusivamente aos consumidores do YouTube. Mas não, ao contrário do que circulou pelos telejornais, ali podemos ver as caras dos intervenientes e portanto confirmar que as adversárias são uma aluna e uma professora que se degladiam ferozmente pela posse de um telemóvel.
Ao contrário do que se diz, não se vê qualquer agressão. Nem sequer são proferidas palavras injuriosas. Terminado o episódio, a professora reflectiu certamente sobre o sucedido, tendo chegado à conclusão que não deveria ter tomado a atitude que tomou ao retirar à força e sem consentimento da aluna, um objecto tão pessoal como é um telemóvel, onde se guardam mensagens e pensamentos, texto e imagens pessoais e que constituem informação intima. Aliás o comportamento histérico da aluna é bem revelador da importância e dos segredos que aquele telemóvel devia conter...
O assunto iria ficar no esquecimento, não fossem as imagens da agressão que nunca existiu. Mas como toda a gente diz que existiu, a professora vai então agora, finalmente, apresentar processos contra toda a turma, actores, figurantes, equipa técnica e realizador, tendo como testemunhas o bando dos mesmos moralistas que são os primeiros a dizer que "as crianças são a melhor coisa do mundo" para depois as quererem crucificar quando começam a ganhar pintelho.
A única coisa que foi brutalizada naquela sala de aula foi o telemóvel.

terça-feira, 25 de março de 2008

Vou à missa. Sempre foi sítio onde nunca me senti assim muito à vontade. Nunca me dei bem com a solenidade do evento que obedece a um determinado número de rituais que dada a minha natureza desprovida de qualquer tipo de espiritualidade, nunca compreendi nem assimilei. Deus Nosso Senhor não quis que eu nascesse com o gosto pela missa, por esta estranha ginástica que aqui se pratica: ora estar de pé, ora sentado, ora fazendo gestos com as mãos ao mesmo tempo que as outras pessoas, ora repetindo ladainhas ao mesmo tempo que toda a gente, enquanto se mantém o cérebro adormecido, numa espécie de stand-by, embalado nas prédicas do padre.
Vou a esta missa porque me dizem ser uma missa diferente, que valerá a pena ouvir as vozes virginais das freiras entoarem cânticos celestiais, que me irão transportar para um estado de paz e harmonia que bem preciso, desgraçado! Obviamente que estão errados. Não há nada que traga paz e harmonia a um fantasma. Não há forma nem acontecimento que pare a lúbrica engrenagem do meu pensamento.
O local é um convento, algo secreto, algo esquecido, onde uma dúzia de freiras isoladas do mundo, duma certa realidade, não falam com ninguém exceptuando nestes Domingos, onde apenas abrem as suas tépidas bocas para cantar e recitar a bíblia. Nos restantes dias dedicam-se à contemplação e a cuidar de ovelhas. Como as freiras sempre fizeram parte do meu imaginário erótico, achei que seria boa ideia ir a esta missa.
Na pequena capela são mais as freiras que os assistentes. Além de mim, o único gajo presente está sentado no banco da frente abraçado a uma gaja. Aquele tipo de abraço que encontramos nos quadros de arte sacra da idade média. Ela pousa suavemente a cabeça no seu ombro, ele pousa delicadamente a sua sobre a cabeça dela, e adoptam sempre esta posição cada vez que se sentam, estando de mão dada, sempre suave e delicadamente, quando estão de pé.
Há vários momentos que retenho e que precedem a minha saída a meio da cerimónia porque de facto esta experiência conceptual está a ficar chata. Rapidamente a admiração e a novidade se esvaem na monotonia da liturgia onde nenhum dos protagonistas jamais olha para o outro. Falo do padre, das freiras, do rebanho, que a todo o momento se parecem ignorar, como se não existissem... Fantasmagórico, diria.
Um desses momentos é quando a certa altura o padre tem na mão um ramo de uma planta qualquer e se dirige a cada uma das freiras, acenando o ramo, assim do tipo pequena vergastada na cabeça. Não lhes toca, apenas ensaia o gesto e depois dirige-se à assistência e faz o mesmo gesto assim para o geral, tipo chibatada. Nesse momento toda a gente baixa a cabeça, amocham assim do género “ai vergasta-me que eu mereço”, e eu, apanhado de surpresa, sou o único que mantém a cabeça erguida sendo alvo imediato da atenção do padre que antes de voltar costas me olha surpreso como que a pensar “quem é aquele filho da puta que não amochou ?!”. Terá sido a única vez que o padre olhou directamente para alguém da assistência, do rebanho, e reparou nesta ovelha negra.
Um segundo momento acontece quando a certa altura toda a gente está sentada e faz-se silencio. Quando dou por mim reparo que mais uma vez todos amocharam. Parecem entregues a um qualquer estado meditativo que não consigo alcançar. Limito-me a observa-los, a observar as curvas que as gotas da chuva fazem na vidraça da janela, a verificar que não há ninguém, uma freira sequer a espreitar pelo canto do olho. Aproveito eu para escrutinar se há por ali beleza naqueles rostos, nas formas debaixo das vestes negras… A maior parte delas fazem-me lembrar a Irmã Lúcia. Acredito que assim como há putos que queiram ser e parecer com o Cristiano Ronaldo, as freiras deste convento também têm o seu modelo.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Foto da Scarlett Johanssen a beijar a Natalie Portman deixando todos completamente tresloucados de desejo.Este fim de semana a revista do Expresso fez capa com o tema da fufaria em Portugal. Aparecem gajas de várias idades, cara destapada, uma locutora da televisão e empresárias, uma delas a fumar charuto, como um homem, de modo a que não tenhamos dúvidas que estamos perante lésbicas… Nada a opor e até compreendo o fenómeno que acredito tenha ganhado novo fôlego com a exibição da série “The L Word”. E ganhou agora definitivamente mais respeitabilidade pelo menos entre os nativos consumidores do Expresso.
No que me diz respeito, se fosse gaja, era fufa de certeza absoluta. Não sei até como não está mais propagado o safismo… Uma mulher normal está incomparavelmente mais perto de uma Scarlett Johanssen ou duma Natalie Portman que um gajo normal estará de um George Clooney ou do “Malboro man”. É pois compreensível a desolação feminina e a procura da beleza e do prazer por outras bandas. O homem corrente está muito mais longe do homem ideal, que elas estão para o ideal do homem corrente, que é já ali, ou seja, que não tem ideais. Uma ida ao cabeleireiro, uma maquilhagem, uma mini-saia, umas calças de ganga justas da Salsa, um cinto de ligas, e tantos outros truques, podem fazem milagres pela beleza duma mulher e a libido de um homem, bicho mais visual, mais imediato, logo, menos exigente.
É normal que elas não tenham pachorra para aturar os machismos, o sabor a cerveja e a tremoço na boca, os cabelos nos lençois, a ausência de preliminares, os fanatismos pela bola, carros e gajas, e as ejaculações precoces da malta. Tudo coisas que uma fufa não encontra na sua gaja. É compreensível a angustia feminina e o desejo de descobrir novas formas de prazer sem contra-indicações. Toda a racionalidade joga contra nós, feios, porcos, maus e normais, e chegará o dia em que só personalidades femininas desviantes, porventura caracterizadas por um qualquer resquício de animalidade, ainda gostem de “levar com ele”. Até esteticamente falando, é muito bonito ver duas mulheres beijarem-se na boca. Se forem visíveis as suas línguas deixa de ser bonito para passar a ser excitante e dá mesmo vontade de meter lá a nossa também. Duvido que as mulheres sintam tanto deleite a ver dois gajos beijarem-se como nós sentimos a vê-las a elas.
É só vantagens. Acho que temos muito a aprender com as mulheres…as fufas, obviamente.
Foto do George Clooney a ser beijado por um gajo qualquer. Veja-se o teor repugnante da cena bem patente no esgar agoniado do George.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

A bolha de cuspe

Entro no elevador e tenho a companhia duma colega dos pisos superiores. Digo qualquer coisa que me parece ser “bom dia”. Acho que ela também responde qualquer coisa parecida com "boa tarde" e baixa a cabeça olhando fixamente para o chão. Reparo que no canto dos seus lábios forma-se involuntariamente uma pequena bolha fabricada a partir da sua saliva e duma pequena porção de ar expelido do interior da sua boca. Matérias orgânicas numa proporção miraculosamente exacta para formar tão prodigioso fenómeno. A bolha é perfeita, é redondinha, faz lembrar as bolas de sabão mas com a diferença que nesta não há batota. Esta, até prova em contrário, é feita de puro cuspe. Fixo-a com o olhar, a bolha, reparo como resiste a breves contracções que consigo detectar no corte perfeito daqueles apetecíveis lábios e lembro-me daquele filme, autêntico plágio dos meus pensamentos, “Cashback”. Para quem não viu, a história anda ou gira à volta de um gajo que trabalha num supermercado e que consegue parar o tempo. Ou seja, as gajas ficam paradas pelos corredores do supermercado e o tipo, artista, dono da imaginação, tem todo o tempo para as despir a seu bel-prazer e… desenhar.

Só o facto do filme apresentar os melhores pares de mamas alguma vez registados por uma câmara de filmar seria motivo mais que suficiente para a rapaziada ir já ver o filme. Mas vale mais que isso e não fosse aquele final feliz, mais parecido com um anuncio dum qualquer parfum de Cacharel, era o filme da minha vida, pelo menos dos próximos minutos de vida. Quantas e quantas vezes não desejei que o tempo parasse, como agora, mesmo antes de chegar ao rés-do-chão, mesmo a tempo de ser eu a rebentar a bolha com toda a delicadeza que só um verdadeiro artista sem jeito nenhum pode ter.