quinta-feira, 16 de abril de 2009

Bushama

Sempre fui um Obamocéptico. Apesar de ter sido o meu candidato preferido, sempre tive a noção de que Obama era o candidato e agora o presidente-funcionário do establishment. Assim como era McCain. Um ou outro estariam incumbidos pelas grandes corporações irmanamente divididas que os apoiavam, dessa missão principal que seria resgatar a boa imagem dos EUA a nível internacional, claramente manchada pela administração Bush que se limitou a fazer o que havia a fazer embora com muito pouco jeito para o marketing. Essa boa imagem que faz vender o que é americano, um fluxo que é preciso manter e cujos engasgos dos últimos anos Bush teve as consequências duma crise mais interna que global embora sentida por todos.
Ao ter o condão e a cor de tocar no eleitorado intelectual tanto à esquerda como à direita, onde gravitam os opinion-makers, Obama foi o candidato perfeito para criar a ilusão da mudança que no entanto não irá passar de um mero face-lifting. Nunca irá fundo ás raízes dos problemas, nunca irá protagonizar nenhuma das políticas fracturantes que o mundo necessitaria. Presságio disto mesmo foi o discurso da tomada de posse. Repare-se nas palavras mais proferidas nos discursos inaugurais de vários presidentes, e que com uma estranha exactidão acabam afinal por revelar muito sobre as políticas e as prioridades de cada um:

Kennedy 1º Mundo 2º Nação 3º Poder

Carter 1º Nação 2º Força 3º Juntos

Reagan 1º Governo 2º Americanos 3º Acreditar

Clinton 1º Mundo 2º América 3º Americanos

Bush 1º Nação 2º América 3º Cidadão

Obama 1º Nação 2º América 3º Geração

fonte: Revista Sábado

Não tenhamos ilusões porque em primeiro lugar estão os americanos, esse povo de vendedores, as suas corporações vendedoras, a manutenção duma mesma ordem mundial apenas com algumas afinações essenciais, algo que certamente Obama irá efectuar com mais competência e marketing que Bush.

1 comentário:

jardinsdeLaura disse...

Sem ter qq certeza, até porque estou longe de me considerar detentora de verdades absolutas, espero vivamente que em breve se confirme que não tem razão no que diz! Além disso acho que Obama tem pela frente um trabalho nada fácil e que além disso a oposição que o espera a vários níveis vai ser muito difícil de enfrentar e sobretudo de vencer! Aliás acho mesmo que a sua vida poderá correr graves riscos se as medidas que tomar incomodarem os "grandes" do seu país! Mas sabe que mais o futuro o dirá... Eu entretanto quero acreditar que ele vai tentar e vai acabar por conseguir mudar o que está errado no seu país e que tanto se repercute no resto do mundio. Além disso se tomar medidas correctas e justas elas servirão de bom exemplo!