quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Tenho três clientes à minha frente. O atendimento destes “restaurantes” quere-se rápido mas infelizmente a food é cada vez menos fast para se ir tornando cada vez mais junk. Já nos tinham avisado mas pareciamos fascinados pela celeridade mágica com que se satisfazia o apetite. Perdida a graça e a paciência, sobra a fome, restam-nos os nacos de pizza, cada vez mais pequenos, cada vez com menos pedaços de fiambre. Há sempre alguem escondido atrás do balcão que faz uma conta e chega a conclusão que se tirar 50 gramas de farinha e um pedaço de fiambre á pizza, ninguem dará por isso e pagará o mesmo. A seguir multiplica-se a pequena poupança por 1000 pizzas e o dinheiro poupado já dá para comprar um plasma maior. Há demasiada gente a fazer contas deste tipo, fazem-nas repetidamente e inventam outras, como esta cujo resultado é pôr a miuda que recebe os pedidos na caixa de pré-pagamento a fazer-nos propostas a cada pedido que é feito. Se queremos apenas uma fatia de pizza, ela sugere que por mais um euro temos direito a duas fatias de pizza. Se desejamos um copo de coca-cola pequeno, ela contrapõe que por mais 50 cêntimos temos direito a meio-litro de coca-cola. Enquanto isto desesperamos na fila pela nossa fatia de pizza a um euro. Com mais 70 cêntimos levamos a sobremesa. A conta que fizeram na sobremesa, neste pequeno recipiente de plástico redondo com meia duzia de tringulos de ananás cortados na parte da manhã, manhã de ontem entenda-se, foi a de meterem lá para dentro dois ou três triangulos misturados, da parte do meio de ananás, aquela parte dura e que ninguém come.
Numa sociedade orientada para o lucro não há espaço para o glamour.

1 comentário:

Anónimo disse...

Oh fantasma, então as compras nestes sítios não são só uma oportunidade de afagar uma manita jovem quando se recebe o troco? E já nem falo de deixar cair uma moedinha ou outra e ver a menina a agaichar-se para as apanhar...