segunda-feira, 25 de junho de 2007

Nos altifalantes ouvem-se cânticos religiosos. Vejo algumas freiras e lá no cimo o palanque cheio de padres. Estou entre a multidão, avisto muita gente vestida de preto... Estarei na Cona (ou Cova ou lá o que é) da Iria ? Não. Estou na cidade universitária a assistir à bênção das fitas, martirizante tradição que o 25 de Abril não expurgou. O acontecimento é boff! com os seus rituais enfadonhos, o chorrilho interminável de faculdades e institutos anunciados aos microfones, o consequente abanar das fitas, os gritinhos histéricos, o eferreá e mais o xiribiti não sei quê, e o padre a dizer que reza por todos e mais não sei quê também, e às tantas lançam-se duas pombas brancas para o ar. As pombas limitam-se a voar até ao telhado mais próximo, ao invés de voarem rumo ao horizonte, como se espera sempre mas nunca acontece. Parece-me incompreensível que não se treinem os bichos convenientemente para que voem até à exaustão o mais alto e longe possível, mas de modo a que terminem o seu voo num qualquer campo de tiro para que o seu sacrifício não seja em vão e sejam protagonistas activos nesse nobre desporto que é o tiro aos patos.

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